Medicamentos podem causar disfunção erétil mesmo após sua suspensão, alerta urologista

Barbara Chubak, professora assistente de Urologia na Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai (EUA), participou do 39º Congresso Brasileiro de Urologia, realizado em Salvador

A disfunção erétil ou diminuição da libido podem ser causadas por uso de medicamentos como os que tratam a calvície, hipertensão, descongestionantes nasais e até mesmo os de enxaqueca, entre outros. E pode permanecer mesmo após a suspensão do uso. É o que explicou a professora assistente de Urologia na Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai (EUA), Dra. Barbara Chubak, durante sua participação no Simpósio da American Urological Association neste final de semana. O evento integra o 39º Congresso Brasileiro de Urologia, realizado no Centro de Convenções de Salvador até terça-feira (21).

“É um problema muito difícil, felizmente não muito comum. Em medicina direcionamos o tratamento para a causa, mas nós não sabemos o que causa isso. Então nós tentamos compensar com o que é possível. Podemos indicar medicamentos como Viagra ou Cialis para aumentar o fluxo sanguíneo, mas muitas vezes isso não funciona. Nos Estados Unidos, indicamos alguns medicamentos que são aprovados pelo FDA para mulheres e que foram estudados em homens também que atuam sobre neurotransmissores para promover o interesse sexual e a resposta sexual”, afirmou Dra. Barbara.

Ela revelou que esse tipo de resposta normalmente é mais relatada em homens jovens e não há uma explicação para isso. Mas acrescentou que, talvez, nos homens mais velhos é menos relatado porque eles já estão numa idade e fase em que já podem estar tendo problemas de disfunção erétil antes de tomarem o medicamento.

Em sua apresentação no evento, a pesquisadora disse ser importante informar aos pacientes sobre os possíveis riscos, mesmo que pequenos, de efeitos colaterais quando prescrever esses tipos de medicamentos.

“Quando se trata de medicamentos importantes para o paciente, que não podem ser suspensos ou substituídos, nós tentamos compensar com o que é possível de ser administrado. Podemos indicar medicamentos para facilitar ou melhorar a ereção, para aumentar o fluxo sanguíneo, mas às vezes isso não funciona e temos que tentar outros recursos”, complementou a urologista e Diretora de Comunicação da SBU, Dra. Karin Anzolch.

Congresso 

O 39º Congresso Brasileiro de Urologia é o maior congresso da especialidade na América Latina, o terceiro maior do mundo e é organizado pela Sociedade Brasileira de Urologia a cada dois anos. Este ano, o evento contará com 60 palestrantes internacionais e líderes das principais entidades de Urologia mundiais. O CBU2023 discutirá as principais novidades em uro-oncologia, disfunção erétil, infertilidade, urologia pediátrica, incontinência urinária, entre outros.