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Polícia

Psicóloga diz que afastamento de familiares pode aumentar dor da perda

Saiba como promover acolhimento de crianças que perderam pais

Publicado em 11/11/2023 às 15:30:00
Luto infantil
Luto infantil. Crédito: reprodução

Nos últimos dias, os baianos têm assistido a batalha da mãe e da irmã da cantora gospel Sara Mariano para ver a filha da cantora. A mulher foi encontrada morta em um matagal ao lado da BA 093, após desaparecer no mês passado. Desde então, a filha dela, de 11 anos, está com os avós paternos, pais do marido de Sara, acusado de assassiná-la, e eles não têm permitido a aproximação da família materna.

Psicóloga familiar, Mariana Félix avalia que o afastamento de entes queridos, assim como estar em ambientes caóticos e inseguros, pode fazer com que a criança demore ainda mais para amenizar a dor da perda, além de prejudicar o desenvolvimento dela. Ainda segundo Mariana, assim como em qualquer outra situação, no momento do luto, os desejos da criança também devem ser levados em consideração.

“No caso de um evento no qual existe o falecimento de um dos genitores, principalmente a mãe, sempre há o questionamento de onde e com quem essa criança vai ficar, sem avaliar a situação em si - a perda da mãe, que é algo extremamente delicado, principalmente se faz parte do convívio -, na qual a criança passa por um trauma, e toda decisão tomada a partir daí precisa ser avaliada e olhada com muito cuidado”, alerta Mariana.

De acordo com ela, as consequências de negligenciar o emocional da criança em luto, não entender como ela se sente, se está bem no local em que está e se está tendo contato com os familiares dos quais estava habituada, pode acarretar ansiedade, depressão, tendência ao isolamento social, falta de comunicação e prejudicar o desenvolvimento.

Acolhimento

Para acolher as crianças em luto que também estão enfrentando outros problemas emocionais acarretados pela perda, a psicóloga aconselha abordagens diferentes para cada idade. Para crianças com idade entre 4 e 5 anos, o indicado é promover um acompanhamento psicológico.

Para as crianças mais velhas, Mariana indica que o acompanhamento psicológico seja pareado com um tratamento mais cuidadoso nos ambientes em que a criança circula.

“Eu diria para seguir a mesma orientação e também tentar fornecer um ambiente calmo, onde essa criança se sinta segurança, tentando fazer com que ela entenda que existe um suporte que ela pode acionar, seja em casa (com as pessoas que serão responsáveis por ela) ou com o psicólogo, para que a criança sinta que não está sozinha e que pode buscar ajuda sempre que precisar e sempre respeitando seu espaço”, aconselha Mariana.

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