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Elaine Sanoli
Publicado em 10 de julho de 2025 às 18:47
"Ela não está dormindo e nem comendo." É dessa forma que um amigo da família do pequeno Rhavy Ferreira Santana, de apenas um ano, que morreu após ingerir uma calabresa envenenada no bairro de Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, explica o estado em que se encontra a mãe do garoto.>
Por um acidente, o alimento que tinha o objetivo de acabar com os ratos que apareciam na área externa da casa foi consumido pelo garoto, que faleceu na madrugada da quarta-feira (9) e foi sepultado nesta quinta (10), no Cemitério Municipal de Pirajá. >
Sandro Moura, amigo próximo da família e pastor da igreja que a mãe de Rhavy frequenta, conta que nos últimos dias a mãe da criança tem passado por um estado de profundo abalo emocional com a perda do filho. "Você via mesmo o semblante dela, aquele semblante abatido, caído e eu falando com Deus: 'Só o Senhor sabe o que está passando no coração e na mente dela'", relata, ao recordar-se da noite desta quarta, ocasião em que esteve na casa da família.>
De acordo com o amigo, a mulher também é mãe de outro garoto, de 11 anos. Ele afirma que desde que a conhece é notável o cuidado que sempre teve com as crianças. Ela trabalha em uma escola da região como merendeira e criou sozinha e com muito esforço os dois filhos apenas com a ajuda da família e dos amigos.>
"Nós sabemos que uma mãe que trabalha dentro do seu lar tem a vida muito puxada. Imagine quem trabalha dentro de sua casa e é pai e mãe ao mesmo tempo", disse. "Era o desejo dela proteger, guardar, cuidar, dar o seu melhor, como ela havia falado 'Meus filhos são um pedaço de mim'". >
Segundo o relato de Sandro, a família vive próxima à casa de Rhavy e foi quem deu suporte quando a mãe percebeu que o garoto não estava bem. "Quando ela viu a criança daquela forma, com o corpo mole, com uma feição que não era adequada, creio que ficou com os lábios espumando, alguma coisa assim, ela entrou em desespero", diz. >
Ele conta que Rhavy sempre foi uma criança cheia de energia, não gostava de ficar no colo e preferia estar no chão para brincar e dançar durante os cultos. Ele era uma criança querida por todos na congregação. "Eu pegava ele e levava até os instrumentos para ele tocar, porque a Bíblia diz que devemos ensinar os nossos filhos o caminho em que se deve andar, o caminho do Senhor", relembra. >
Rhavy foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Caetano, mas não resistiu. A mãe, a avó e um tio de Rhavy foram ouvidos pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) que investiga o caso para esclarecer as circunstâncias da morte. O resultado da perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) vai auxiliar no esclarecimento do óbito.>