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Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2024 às 05:30
Embora instigue a curiosidade dos humanos por causa da própria beleza, as caravelas-portuguesas são perigosas e podem causar ferimentos graves. Em Salvador, 22 pessoas foram queimadas na praia de Piatã em um único dia. Você saber o que é mito ou verdade para tratar queimadura causada por esses animais aquáticos? >
Ao entrar em contato com caravelas-portuguesas, o recomendado é utilizar a própria água do mar para retirar os filamentos que podem estar enrolados e presos no corpo. O vinagre pode ser utilizado para fazer a primeira limpeza do ferimento. Além disso, é importante buscar atendimento médico, especialmente em casos envolvendo crianças, idosos ou pessoas alérgicas. >
Fazem parte da lista de mitos utilizados no tratamento para queimaduras de caravelas: esfregar o local, utilizar água doce na lavagem, assim como frutas, areia e urina. Essas substâncias são descartadas por especialistas. “Muitas vezes, os cnidócitos são disparados pela ação da água doce, frutas, areia e xixi. O xixi, por ser quente, gera uma falsa impressão de bem-estar momentâneo, mas pode causar infecções e aumentar os problemas”, explica Cláudio Sampaio, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).>
São raros os casos de mortes em decorrência ao contato físico com as caravelas-portuguesas. Os existentes estão associados às crianças, idosos, pessoas debilitadas ou alérgicas que não receberam atendimento médico, segundo o professor Cláudio Sampaio. A recomendação é que todo ferimento causado por animal seja avaliado por profissionais de saúde. >
Há ainda um problema relacionado à diferenciação entre caravela e água viva. Embora sejam do mesmo grupo animal e causem acidentes semelhantes (a depender da espécie), vivem de forma diferente. Enquanto as caravelas flutuam no mar, a água viva fica submersa e, por ser transparente, é difícil de ser identificada por banhistas.>
As caravelas-portuguesas integram o grupo dos cnidários e são parentes dos corais, gorgônias, hidróides, anêmonas-do-mar e águas-vivas. Elas não atacam os humanos, no entanto, o contato físico gera queimaduras de até terceiro grau. Isso porque possuem células especializadas (cnidócitos), que, quando são tocadas, injetam uma toxina causadora de ferimento semelhante a uma queimadura. Essas células estão espalhadas em todo o corpo do animal, especialmente nos tentáculos.>
Os sintomas mais comuns envolvem o surgimento de bolhas, com náuseas, dores localizadas e febre. De acordo com o professor da Universidade Federal de Alagoas Cláudio Sampaio, o tempo em que a pessoa pode sentir dor depende da área e extensão da lesão e tratamento médico. “Pode durar alguns dias, semelhante a uma queimadura”, explica Cláudio. >