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Millena Marques
Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 20:38
O rendimento domiciliar per capita dos baianos foi 40% menor do que a média nacional em 2023. A renda dos baianos foi de R$1.139, enquanto a média nacional ficou em R$ 1.893. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE.
Em comparação a 2022, o valor baiano aumentou 12,8% ou mais R$ 129, sem considerar os efeitos da inflação. O crescimento da Bahia foi o 6º mais baixo em números absolutos (R$ 129) e o 17° em aumento percentual (12,8%).
“Um rendimento domiciliar per capita baixo implica que você vai ter, em média, um fôlego financeiro, um poder de compra baixo. Não é só poder de compra para comprar bens e produtos de consumo, mas, às vezes, é para você arcar com despesas bem básicas da vida, com moradia, com alimentação, com transporte”, pontua a supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros.
Um dos fatores que contribuem para esse rendimento domiciliar per capita baixo da Bahia é o rendimento médio de trabalho. Em 2022, por exemplo, a Bahia fechou o ano com o menor rendimento médio mensal do país, com R$ 1.613. O dado é da pesquisa Sínteses de Indicadores Sociais (SIS) 2023, também do IBGE.
Entre os nove estados do Nordeste, a Bahia permaneceu em 6º lugar, à frente apenas de Pernambuco (R$ 1.113), Alagoas (R$ 1.110) e Maranhão (R$ 945). Ter somente a sexta renda domiciliar entres os estados nordestinos reflete uma defasagem grande, segundo o educador financeiro Raphael Carneiro.
“Pode ser uma defasagem em termos salariais, com salários menores, ou da composição familiar. Pode significar que em uma família grande poucas pessoas trabalham, por exemplo. Isso geraria um impacto grande na conta da renda familiar”, explica.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro