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Salvador tem, pelo menos, 700 cães disponíveis para adoção

Protetores contam com solidariedade para manter os cuidados dos animais em abrigos

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 31 de julho de 2024 às 05:00

Abrigo Agapa possui cerca de 380 cachorros aguardando adoção Crédito: Paula Fróes/ CORREIO

Símbolo dos mais brasileiros e uma preferência entre aqueles que amam os peludinhos, os vira-latas celebram, hoje (31), o Dia Nacional do cão Sem Raça Definida (SRD). A data não é tão festiva, uma vez que a capital baiana ainda contabiliza mais de 700 cachorros aguardando adoção.

“O que mais aparece, em 80% dos casos, são os sem raça definida, os vira-latas, porém a sociedade ainda não dá a devida importância para o resgate desses animais. Os resgates entre aqueles que têm uma raça definida ou uma miscigenação de raças definidas terminam ganhando mais visibilidade”, argumenta a fundadora do Instituto Patruska para resgate e proteção de animais em situação de rua, Patruska Barreiro. Por conta da baixa procura nos abrigos da cidade, os vira-latas são maioria dos cães disponíveis para adoção hoje em Salvador.

O dado é fruto de um levantamento do CORREIO com quatro protetores de animais. Em 2022, de acordo com o membro do Conselho Municipal de Saúde Animal da Prefeitura Municipal de Salvador Alan Sena e da médica veterinária Ilka Gonçalves, Salvador possuía cerca de 2.102 cachorros sob cuidado de protetores, em 51 bairros da cidade.

Cerca de 380 desses cachorros disponíveis para adoção estão em um só lugar: Abrigo Agapa, no bairro de São Cristóvão.

A técnica em enfermagem Ângela Gomes é quem divide seu lar com todos os animais, diariamente, desde 2017. Com recursos próprios além dos cães, ela abriga mais 15 gatos. Assim como a maioria dos protetores, Ângela relata uma dificuldade para adoção dos pets, dada uma alta busca por cães de raça. “Não existe mais adoção hoje em dia, é difícil. Eu coloco foto dos vira-latas no Instagram e me perguntam se eu tenho cachorros de raça, pinscher, yorkshire. Eu respondo ‘não tem, você vai encontrar tudo lá no pet shop, eu tenho aqui poodle velho, cego, surdo’, aí ninguém quer”, conta.

Com a baixa procura de adoção de animais resgatados, o abrigo São Francisco de Assis (ABPA) precisou fechar as portas para novos animais. Com cerca de 210 cachorros e 190 gatos, o local já não tem mais espaço ou recursos. Nas feirinhas realizadas, ao menos duas vezes na semana, as adoções ainda não conseguem atender a demanda do abrigo.

“As pessoas precisam se conscientizar do abandono porque, durante a semana, por exemplo, dois cachorrinhos são adotados, mas aí deixam uma caixa com cinco filhotes. A gente acaba não conseguindo fechar a conta”, diz.

De acordo com a médica veterinária Amanda Ramos, os cuidados de um cachorro sem raça podem chegar a R$ 400 por mês, a depender do porte do animal, da alimentação e da manutenção. "Se for pensar numa ração de boa qualidade, um cão grande gera o custo de uns R$ 400 por mês, um menorzinho fica em torno de R$ 200", pondera.

Para arcar com os custos de manter diversos animais em casa ou em abrigos, os protetores contam com solidariedade das pessoas. Para cuidar dos 40 cães no abrigo e em lares temporários voluntários, Patruska conta que  precisa sobreviver de doações. “O abrigo Agapa, a ABPA, o Instituto [Patruska] e tantos outros abrigos que existem em Salvador sobrevivem somente de doação. Se tem doação, a gente consegue agir. Se não tem, os animais, infelizmente, acabam passando por situações de privação”, revela.

Na luta pela proteção dos pets abandonados, os protetores independentes encontram na Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis) ajuda para algumas das necessidades dos bichinhos.

A Diretoria de Proteção Animal (Dipa) oferece castração para animais em situação de vulnerabilidade.“Além da castração, a Dipa também fez um chamamento público para auxiliar protetores em situação de vulnerabilidade social, por meio da doação de ração. Foram 51 beneficiados. Atualmente, a Dipa está fazendo uma nova aquisição para que seja possível um novo chamamento, cadastrando novos protetores”, esclarece a representação da Dipa, em nota.

Em março deste ano, a Secis inaugurou o primeiro Hospital Municipal Veterinário (HPVet), com capacidade para atender cerca de 300 animais, gratuitamente, todos os dias em casos de emergências, cirurgia, exames e consultas.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo