Superlua azul brilha no céu desta quarta-feira (30)

Evento é junção de dois fenômenos: a superlua e a lua azul

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  • Raquel Brito

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 05:00

Superlua vista do Morro do Cristo, na Barra
Superlua vista do Morro do Cristo, na Barra Crédito: Paula Froes

Bruno Leal, mergulhador profissional de 40 anos, reserva um tempo para observar a lua após o trabalho, no Corredor da Vitória, sempre que pode. Nessa quarta-feira (30), a observação ganhou um encanto a mais com a segunda lua cheia do mês. Tudo isso porque na penúltima noite do mês de agosto, o satélite natural da Terra estava maior e brilhou mais forte, no fenômeno conhecido como superlua azul.

Segundo Bruno, se deparar com esse cenário foi tranquilizante. “A vista é sempre maravilhosa, mas, hoje, está diferente. Está espetacular. A lua renova a nossa energia depois de um dia duro de trabalho”, diz o mergulhador.

A superlua azul é um evento causado pela junção de dois fenômenos: a superlua e a lua azul. De acordo com o professor de física Marcus Vinicius Paiva, é muito raro que a superlua e a lua azul ocorram ao mesmo tempo. “Quando a lua está na sua fase cheia no momento do perigeu, o fenômeno é chamado de superlua. A superlua acontece quando o satélite está em seu perigeu, o ponto da órbita mais próximo da Terra. Já a lua azul é a segunda superlua num só mês”, explica.

A primeira do mês aconteceu no dia 1º de agosto. A dessa quarta-feira foi a segunda e última superlua azul do ano.

O fenômeno também inspirou uma das canções mais conhecidas do mundo, composta por Richard Rodgers e Lorenz Hart, Blue Moon foi eternizada em vozes como as de Frank Sinatra, Elvis Presley, Ella Fitzgerald e Billie Holiday.

De acordo com a NASA (Agência Espacial dos EUA), o próximo evento do tipo só acontecerá em janeiro de 2037. Durante os aproximadamente 28 dias de revolução, que é a trajetória que a lua faz em torno da Terra, o satélite muda de fase a cada semana. No perigeu, a lua está a menos de 360 mil quilômetros da Terra. A maior aproximação entre o planeta e a lua ontem aconteceu às 22h35 (no horário de Brasília), com o satélite a 357.181 quilômetros da Terra.

Segundo o Observatório Nacional, a distância média entre o planeta e o satélite é de cerca de 384.400 quilômetros.

Mesmo popularmente conhecido como superlua azul, o evento não causa nenhuma mudança na coloração da lua. Quem explica é João Weckerle, especialista em astrofísica.

“Não tem nenhuma diferença entre a superlua comum e a azul, a não ser pelo fato de ser a segunda superlua em um só mês. Mas, caiu no gosto popular o nome ‘lua azul’, e as pessoas tendem a achar que a cor realmente muda”, diz.

O astrônomo acrescenta que, em algumas condições, é possível que a lua apresente mudanças na coloração. “Em lugares muito poluídos, por vezes, a lua vai ser mais amarelada ou menos amarelada. Quando a lua está mais próxima do horizonte, há uma distância atmosférica maior até ela. Então, quando a lua está bem amarelada, geralmente está mais próxima do horizonte”, afirma.

Nem a prefeitura ficou de fora da contemplação: numa publicação feita no Instagram, com referência à capa da novela Porto dos Milagres, exibida pela TV Globo em 2001, a Prefeitura de Salvador convidou os soteropolitanos para admirar a superlua azul no Porto da Barra. Socorro Vieira, professora aposentada, seguiu a dica. Ela aproveita todos os dias em que está na casa de seu filho, na Barra, para ver o pôr-do-sol e o nascer da lua. Ontem (30), marcou no calendário o acontecimento da superlua. “A natureza é uma coisa mágica, que mexe conosco. Esse visual acalma, eu me sinto bem. É muito agradável”, afirma a professora.

As Superluas ocorrem de 3 ou 4 vezes ao longo do ano. Esta é a última do ano.

Seguindo esse critério, 2026 e 2027 terão apenas uma superlua cada.

De acordo com o Observatório Nacional, desde o ano 2000, o dia em que a superlua mais se aproximou da Terra foi em 14 de novembro de 2016, quando estava a 356.509 quilômetros de distância do planeta.

A previsão é que uma passagem tão próxima assim volte a ocorrer em 24 de dezembro de 2026, quando a Lua estará a 356.650 quilômetros da Terra.

Luciana Kroger, de 46 anos, é instrutora de canoagem. Em um grupo de 13 pessoas de seu clube de canoagem, ela programou uma remada especial com alunos e convidados para assistir ao nascer da superlua. Entre eles, a programação de lua cheia já se tornou frequente.

“Nós saímos da Praia da Preguiça e remamos até o Forte São Marcelo, na Baía de Todos os Santos, onde fizemos uma parada para contemplar a superlua, tomar um banho de mar noturno e brindar. Eu me sinto reenergizada e grata por poder usufruir de um momento tão especial e, melhor ainda, no mar”, diz.

Clube de Canoagem se prepara para assistir, no mar, ao nascer da superlua
Clube de Canoagem se prepara para assistir, no mar, ao nascer da superlua Crédito: Ana Albuquerque

Nem a prefeitura ficou de fora da contemplação: numa publicação feita no Instagram, com referência à capa da novela Porto dos Milagres, exibida pela TV Globo em 2001, a Prefeitura de Salvador convidou os soteropolitanos para admirar a superlua azul no Porto da Barra. Socorro Vieira, professora aposentada, seguiu a dica. Ela aproveita todos os dias em que está na casa de seu filho, na Barra, para ver o pôr-do-sol e o nascer da lua. Ontem (30), marcou no calendário o acontecimento da superlua. “A natureza é uma coisa mágica, que mexe conosco. Esse visual acalma, eu me sinto bem. É muito agradável”, afirma a professora.

*Com a orientação da sub-chefe de reportagem Monique Lôbo