Torcedor do Vitória agredido por torcedores de Bahia e Palmeiras tem alta hospitalar

Vítima estava indo ao Barradão quando foi abordado por trio; liberação acontece 35 dias após agressão

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Publicado em 21 de maio de 2024 às 22:05

Vanderley Leal de Jesus
Vanderley Leal de Jesus Crédito: Reprodução

O torcedor do Vitória agredido por integrantes das torcidas organizadas de Bahia e Palmeiras recebeu alta hospitalar na última segunda-feira (20). Vanderley Leal de Jesus, 26 anos, foi liberado do hospital 35 dias depois de ser agredido com barras de ferro no bairro de Pau da Lima, em Salvador, enquanto se deslocava para o Barradão, onde assistiria o jogo Vitória x Palmeiras pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

Vanderley estava com três amigos e a namorada de um deles quando foram abordados por três homens que saíram de um veículo. O grupo saiu correndo, mas a vítima escorregou e foi alcançada pelos suspeitos. Ele foi socorrido em estado grave para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou 20 dias em coma induzido.

Em entrevista à TV Bahia, Cristiane Leal, mãe de Vanderley, conta que o filho ainda não se recuperou psicologicamente do ocorrido. Segundo ela, o filho demonstra oscilações de humor constantes e praticamente não dormiu no primeiro dia em casa. “

“Se dormiu 40 minutos na última noite, foi muito. O remédio não fez efeito, ele ficou muito agitado e eu fiquei indo constantemente no quarto falar com ele. Ele uma hora quer o ventilador ligado, uma hora quer o ar, aí liga, desliga, o tempo todo nervoso.”, disse.

Vanderley segue com atendimento médico em casa, sendo acompanhado por um neurologista. Devido ao tempo deitado na cama hospitalar ele teve ferimentos na parte das costas. Quando chegou em casa, arrancou os curativos do pescoço e das costas.

“A gente explica que não pode tirar, mas é como se estivéssemos falando com uma criança. Ele ainda não está respondendo psicologicamente. Conversa, mas fala coisas desconexas, fica estressado, chora, reclama de dor. Ele vai continuar tomando os remédios controlados sem previsão de alta da medicação. Eu acredito que pelos próximos seis meses, a vida dele será em casa”, continuou.

Ela também conta que ele conhecia o trio que o agrediu e tentou conversar com eles, mas percebeu que não surtiria efeito e tentou fugir. Durante a internação, ele passou por uma traqueostomia e respirou por meio de um orifício no pescoço. Quando saiu do coma, ele apresentou febre causada por pneumonia e não foi liberado imediatamente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O caso é investigado pela 10ª Delegacia Territorial (DT/Pau da Lima). Até o momento, nenhum suspeito foi preso. “Eu fico revoltada, porque é injusto que as pessoas agridam outras sem estar fazendo nada e estar vivendo a vida deles normalmente enquanto meu filho perdeu a liberdade e está em cima de uma cama dependendo dos outros”, finalizou.