ONU condena por ampla maioria a decisão dos EUA sobre Jerusalém

Foram mais de 120 votos favoráveis à decisão

  • D
  • Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 07:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Eduardo Munoz Alvarez/AFP

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou nesta quinta-feira (21), por uma ampla maioria, uma resolução que condena o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.

Dos 193 países membros, 128 votaram a favor dessa resolução, incluindo o Brasil, e 9 contra.

Argentina, Austrália, Canadá, Croácia, Colômbia, Hungria, Letônia, México, Filipinas, Panamá, Paraguai, Polônia, República Tcheca foram alguns dos 35 países que se abstiveram.

A Ucrânia, que apoiou o projeto de resolução no Conselho de Segurança, estava entre os 21 países que não se apresentaram para a votação.

Os países que votaram contra a resolução da ONU foram Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau, Togo, Estados Unidos e Israel. 

"Esse dia será lembrado", ameaçou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley. Ela deixou claro que os EUA não se esqueceriam de países que votaram a favor da resolução.

Esse posicionamento de Haley está de acordo com a declaração de Donald Trump nesta quarta-feira (20). Ele prometeu acompanhar a votação dos países membros de perto. O presidente americano chegou a ameaçar que cortaria a ajuda financeira aos que votassem a favor do projeto de resolução da ONU. Além do reconhecimento da cidade como capital israelense, os EUA também declararam que devem transferir a embaixada para Jerusalém.

Movimento polêmico dos EUA

O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA em Israel para a cidade são movimentos delicados e que causam muita polêmica no cenário internacional.

Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.

Apesar de apelos por parte de líderes árabes e europeus, e de advertências que a decisão poderia desencadear uma onda de protestos e violência, Trump declarou que adota uma nova abordagem, considerando que mesmo com a postura anterior dos EUA, a paz na região até hoje não foi atingida.

Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, justamente pela falta de consenso na comunidade internacional sobre o status de Jerusalém. A posição da maior parte da comunidade internacional, e dos Estados Unidos até o anúncio de Trump, é a de que o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.

No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas negociações de paz. Leia mais sobre o histórico de Israel e Palestina.