72 macacos com suspeita de febre amarela foram capturados em 2018

Secretaria da Saúde de Salvador atualizou número nesta terça (6)

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 17:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO

Desde o início de janeiro, 72 macacos foram capturados em Salvador para a realização de exames laboratoriais de detecção da febre amarela. Dentre eles, 64 foram encontrados mortos e oito vivos. O balanço foi divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta terça-feira (6). Os animais são capturados vivos quando apresentam comportamento diferente do esperado.

Para investigação da causa dos óbitos ou da debilidade, os materiais coletados dos animais em Salvador foram encaminhados para o Laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, referência nacional para esse tipo de análise.

Em janeiro do ano passado apenas um macaco havia sido achado sem vida na cidade. Em todo o ano de 2017, foram registrados apenas 13 macacos com confirmação de febre amarela em Salvador.

Bahia No Brasil, 77 cidades de três estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) foram incluídas na campanha de fracionamento da vacina de febre amarela. A campanha na Bahia acontece entre os dias 19 de fevereiro e 9 de março - até lá, a vacinação ocorre normalmente com a dose padrão da vacina.

Oito cidades baianas vão passar a administrar a dose fracionada da vacina: Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Candeal, Itaparica, Mata de São João, São Francisco do Conde e Vera Cruz. De acordo com o Ministério da Saúde, 2,5 milhões de baianos serão vacinados com a dose fracionada e 813 mil com a dose padrão nos oito municípios.

Em janeiro, 83 epizootias (epidemia entre animais não humanos) foram registradas na Bahia. Foram encontrados macacos mortos em 15 municípios baianos: Araçás, Conde, Lauro de Freitas, Mairi, Mata de São João, Paulo Afonso, Presidente Tancredo Neves, Salinas da Margarida, Salvador, Santa Rita de Cássia, Santo Antônio de Jesus, São Francisco do Conde, São Gonçalo dos Campos, Varzedo e Vera Cruz.

Rural Foi divulgado nesta terça-feira (6) um caso de febre amarela que pode ser a versão urbana da doença. O homem de 35 anos morador do município de São Bernardo (SP), não havia se vacinado e também não viajou nos últimos meses – o que indicaria que a doença é autóctone.

No início da manhã, o laboratório da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, confirmou que a doença seria urbana, fato que foi desmentido pelo Ministério da Saúde horas depois.

De acordo com a nota, deve ser observado que o paciente mora na região urbana e possivelmente trabalha na área rural. Qualquer afirmação antes da conclusão do trabalho é precipitada. O caso está sendo investigado por uma equipe da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.

"Temos segurança de que a probabilidade da transmissão urbana no Brasil é baixíssima por uma série de fatores: todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram a presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes; já há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes aegypti em função de outras arboviroses (dengue, zika, chikungunya), que consegue manter níveis de infestação abaixo daquilo que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela", disse o Ministério da Saúde, em nota.

Em Salvador, o Ministro da Saúde, Ricardo Bastos, reiterou a nota. "Todos os casos do Brasil foram transmitidos por mosquitos silvestres, que vivem na mata. Retificamos a informação", ele disse. Todos os casos registrados da doença no país desde 1942 foram caracterizados como casos silvestres da doença, quando a transmissão do vírus ocorre por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

O balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 30 mostra que o Brasil teve 213 casos de febre amarela e 81 mortes desde julho de 2017. No total, 435 permanecem em investigação.