'A arte existe porque a vida não basta', diz Paulinho da Viola

Cantor celebra o samba e o Carnaval junto com a filha, Beatriz Rabello, no TCA

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  • Laura Fernades

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 06:35

- Atualizado há um ano

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Portelense declarado, Paulinho da Viola nunca escondeu de ninguém: “Eu canto samba, porque só assim me sinto contente”. O amor ao samba e ao Carnaval são marcas registradas do cantor carioca de 75 anos, que se une à filha, a cantora Beatriz Rabello, 36, no show Bloco do Amor. O ditado não poderia ser mais assertivo: tal pai, tal filha.

Juntos, os dois cantam o amor à música na apresentação que acontece, nesta sexta-feira (10), às 21h, no Teatro Castro Alves, no Campo Grande. Batizado com o nome do disco solo de Beatriz, que é backing vocal do pai há mais de dez anos, Bloco do Amor leva o clima romântico dos antigos carnavais carioca para o palco do TCA.

Ou seja, diferente da folia acelerada atual, o show canta as alegrias e tristezas dos encontros e desencontros amorosos que fazem parte do repertório de Beatriz. Além disso, a apresentação tem direito a marchinhas e clássicos do repertório de Paulinho, como Foi um Rio que Passou em Minha Vida, Coração Leviano e Eu Canto Samba.

“É um prazer enorme quando estou tocando com um filho... Fico muito orgulhoso, claro!”, conta o pai coruja, ao telefone. No início, Paulinho seria só um convidado do show que Beatriz vem fazendo desde que lançou o primeiro disco, no ano passado, acompanhada pelo grupo Mulato Velho.

Mas acontece que os rumos mudaram. “Você vai arrumando daqui, faz um roteiro dali, e acabou ficando bem dividida”, explica Paulinho sobre a apresentação que tem espaço para os dois. Apesar de ter ficado mais distante da produção do disco de Beatriz, o cantor foi quem compôs a música que dá nome ao trabalho e ao show.

A ideia surgiu justamente depois de ouvir o disco todo pronto. “Quando comecei a ouvir, percebi que quase todas músicas falavam de amor, Carnaval. Aí eu disse: ‘fiz uma música, não sei se você pode aproveitar. Foi o que fiz a partir do que senti do seu trabalho’. Ela gostou tanto que até mudou o nome do disco”, conta Paulinho, orgulhoso.

Em clima de Carnaval, o show celebra o amor à música e proporciona um momento de “suspensão temporária dos sofrimentos”. “Se a gente não fizer, ninguém aguenta. A gente vive um momento extremamente difícil, com muitas incertezas e uma expectativa enorme do que vai acontecer. Mas nem por isso a gente deixa de reafirmar a vida e as coisas que a gente julga que são boas, positivas”, garante Paulinho. Então completa: “Como disse nosso querido Ferreira Gullar: ‘a arte existe porque a vida não basta’”.

Serviço

O quê: Paulinho da Viola e Beatriz Rabello Onde: Teatro Castro Alves (Campo Grande | 3003-0595) Quando: sexta-feira (10), às 21h Ingresso: R$ 180 | R$ 90 (filas A a P), R$ 150 | R$ 75 (Q a Z6), R$ 120 | R$ 60 (Z7 a Z11). Vendas: bilheteria do TCA, SACs dos Shoppings Barra e Bela Vista e site www.ingressorapido.com.br. Aceita Clube Correio (40% de descontos sobre a inteira)