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A Copa Tática: Meio-Campo de Respeito


 

  • Darino Sena

Publicado em 09/06/2014 às 07:44:00
Atualizado em 14/04/2023 às 03:53:13

Até o final da Copa, nossa coluna terá três edições semanais - segundas, quartas e sextas. Aqui, com a ajuda do campinho ao lado, a gente vai analisar a tática das seleções. No pontapé inicial, o primeiro adversário  do Brasil, a Croácia.

No segundo tempo do amistoso contra a Austrália, em Pituaçu, o técnico Niko Kovac  mudou o esquema 4-2-3-1 pro 4-1-4-1. Modric foi adiantado - de volante pela direita pra armador pela esquerda -, para fazer dupla na armação com Kovacic. O time esteve longe de ser brilhante, mas ganhou agressividade e jogou mais no ataque. No novo posicionamento, Modric criou a jogada do gol da vitória, de Jelavic.O mesmo esquema deve ser usado  contra o Brasil, mas com outras peças. No meio, Rakitic será o primeiro volante. Kovacic deve ser deslocado pra ponta, o que abre espaço pra entrada do volante Vukojevic. É a opção de Kovac pra escalar  seus maiores talentos – Rakitic, Modric e Kovacic -, sem descuidar da marcação. Quem fecha a linha média pela esquerda é Perisic.

No ataque, a dúvida. Olic, Eduardo e Jelavic disputam a vaga de Mandzukic, suspenso. O ponto forte é o meio, com o já citado trio de exímios passadores.  Mais recuado, Rakitic tem espaço pra fazer o que sabe mais – passes precisos, longos ou curtos, com poucos toques na bola, o que dá velocidade à transição ofensiva e surpreende a defesa adversária. Modric e Kovacic são mais de condução de bola. Kovacic é o mais habilidoso e rápido dos três.

Costuma arrancar em busca do momento certo pro passe final. Lembra o velho Kaká. Modric, além do bom passe, tem um chute potente de direita. No nosso campinho aí em cima, de amarelo, a zona que fica desprotegida com os avanços constantes de Paulinho e que pode ser bem aproveitada por Modric. Luiz Gustavo e Thiago Silva precisam estar espertos pra preencher esse vazio.

Quem tem que acompanhar Rakitic é Oscar. Outro destaque é o experiente lateral-direito Srna. Chuta e cruza bem. É o principal cobrador de faltas. Uma fragilidade croata está na lateral-esquerda, que terá improvisação depois da lesão de Pranjic. Hulk pode se dar bem por ali.

A escassez de peças de reposição em todos os setores é um problema. Outro, é o ataque. Falta velocidade e poder de decisão. Das seleções europeias que veem à Copa, foi a que fez menos gols nas eliminatórias.

Pra suportar a pressão inicial característica do time de Felipão,  vai apostar na compactação das suas duas linhas de quatro em seu próprio campo, o que sabe fazer muito bem. Depois, vai se soltar. Quando avançar, terá Perisic e Kovacic em cima dos laterais, pra matar a melhor saída brasileira pro ataque. Apostando neles e na categoria de Rakitic e Modric, vão tentar cumprir a ordem do técnico Kovac: “mostrar o futebol croata pro mundo”.