A força da comunidade pode ser um caminho para a educação

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  • Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2021 às 05:29

- Atualizado há um ano

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As estruturas já frágeis de nosso sistema educacional ficaram ainda mais suscetíveis durante os prolongados meses de pandemia, com aulas à distância em um cenário de precariedade e ausência de tecnologia para promover acesso a todos os estudantes, reforçando as desigualdades sociais, econômicas e educacionais.

No ranking realizado pela Fundação Getúlio Vargas em análise da educação pública à distância durante a pandemia, a Bahia ficou em último lugar - o relatório aponta que o estado não apresentou qualquer programa no período analisado, de março a outubro de 2020. Por outro lado, Salvador aparece em primeiro lugar entre as capitais brasileiras.

Dados do Indicador de Permanência Escolar do Iede - Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional, lançado no final de maio,  mostram que o percentual de jovens de 16 e 17 anos que estavam sem estudar em 2019 na Bahia (20%) é maior do que a média nacional, de 18%. A crise sanitária só tende a agravar a situação. .

“Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra”, registrou o educador baiano Anísio Teixeira. Usando sua comparação, precisamos criar uma rede de vida e educação que seja resistente e expansível para fortalecer o ensino brasileiro, que vá além das capitais, alcançando cidades médias e pequenas, comunidades do campo. Educação para todos.

Esse objetivo só poderá ser atingido quando dermos apoio para alavancar a força da comunidade, fortalecer quem atua diretamente com a população, conhecendo suas principais necessidades e as demandas urgentes. Quando unimos a expertise do terceiro setor ao conhecimento prático das organizações locais criamos soluções que podem se expandir e se multiplicar, servindo inclusive de base para políticas públicas e ações governamentais transformadoras.

“Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos”, registra a meta 4 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que deve ser o nosso Norte. Com essa convicção de que a educação é o motor de transformação do Brasil, vislumbrando um trabalho de curto, médio e longo prazo, para mudanças estruturais, o Movimento Bem Maior apoia diversas organizações pelo país que promovem ações educacionais. 

Na Bahia temos parceria com duas organizações. No município de Santa Bárbara somos parceiros do projeto Tomba Digital, da Associação Comunitária Rural do Tomba e Adjacências, com objetivo de equipar com tecnologia uma sala de aprendizagem para oferecer cursos online, seminários, palestras, entre outras atividades educativas. A população do município em 2019 era de 20.791 habitantes e mais da metade (53,3%) possui rendimento mensal per capita de  meio salário mínimo. O projeto tem impacto direto em 300 pessoas e indiretamente chega a envolver 1.200 moradores.

Em Salvador, com o Projeto Social Crianças da Vila Pro-Vila, apoiamos a iniciativa Capacitando para Amanhã, para promover oficinas de futsal, capoeira, balé e outras atividades a crianças e jovens que vivem em região de grande vulnerabilidade social. A iniciativa beneficia diretamente 90 crianças, jovens e adultos com renda de até um salário mínimo, alcançando 360 beneficiados indiretos.   Nosso desafio cotidiano é ampliar e fortalecer essa rede. Retomando a reflexão do educador e da educação no estado da Bahia, queremos alcançar as comunidades para levar educação a todos de forma plural e inclusiva, e assim promover mais qualidade de vida e oportunidades.

Carola Matarazzo é diretora executiva do Movimento Bem Maior