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Da Redação
Publicado em 30 de março de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Devido a motivos logísticos, mais uma vez este texto é escrito sem que exista o resultado oficial de uma reunião do Conselho Deliberativo do Vitória (um bom parâmetro para medir a crise é quando conselheiros se reúnem sucessivamente nas noites de sexta-feira – e não é farra). A pauta era conhecida: mexer no estatuto rubro-negro somente para antecipar eleições ou promover mais mudanças?
Independentemente do que ficou resolvido pelo Conselho, a palavra final será dada pelo sócio, na Assembleia Geral marcada para esse domingo (31).
Se você é associado(a) ao Vitória, tenha clareza do poder que tem em mãos. Assim como é importante votar para a presidência do clube, também é importante votar nas regras que nortearão o rubro-negro pelos próximos anos.
O Vitória passou a maior parte da sua centenária história sendo loteado por famílias e grupos que se achavam (e ainda se acham) donas de uma agremiação seguida por milhões de torcedores.
Há pouco tempo, o clube abriu as portas para a torcida. Não porque houve intervenção ou porque antigos mandatários, não mais que de repente, desabrocharam como portadores da bandeira da democracia. O clube foi aberto na marra, graças a torcedores comuns que nunca se omitiriam ante gestões cartoriais.
Aqui, é preciso abrir um parêntese para registrar que os conflitos pela democracia contaram também com a participação de muitos outrora poderosos (participantes do loteamento), que viam ali uma brecha para voltarem à ribalta.
Fato é que, num intervalo de um ano, os sócios do Vitória tiveram a oportunidade de eleger dois presidentes. Um indiretamente, através da eleição do Conselho Deliberativo, e outro de forma direta. Ambos, Ivã de Almeida e Ricardo David, já estão nos registros da Toca do Leão como grandes tragédias.
É preciso deixar claro, no entanto, que o problema aí foram as escolhas e não a democracia. A democracia, ao contrário, dá agora ao sócio rubro-negro uma nova chance para acertar. No passado, gestões igualmente malfadadas culminavam, no máximo, com o presidente saindo pra acalmar os ânimos, mas escolhendo o sucessor.
Por isso é essencial solidificar a democracia e ampliar a participação do sócio. Para que a sua voz seja cada vez mais ouvida.
Pela história Nesse domingo (31) faz 55 anos que o povo brasileiro foi vitimado por um golpe militar. Golpe mesmo. Qualquer outro nome que deem ao que aconteceu em 1964 é coisa de quem acha que poderá sempre emprenhar os outros pelo ouvido, com conversas descoladas da realidade.
Para este final de semana, deixo aqui uma sugestão: está disponível no YouTube o documentário Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor, trabalho do imenso jornalista Lúcio de Castro.
Se ainda não viu, vale muito o clique. Pelo prisma do universo da bola, o filme traz à superfície histórias das entranhas das ditaduras militares que tomaram a América do Sul durante parte do século XX.
Apenas um recorte para ilustrar o que é uma ditadura. E porque elas (e seus personagens) nunca deveriam ser celebradas.
*Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados **Opiniões e conceitos expressos no texto são de responsabilidade exclusiva do autor