A mulher da capa: conheça Thaianá, que representa as mulheres nesta edição

Ela protagonizou ensaio fotográfico em homenagem às mulheres no CORREIO

Publicado em 8 de março de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/CORREIO
. por Marina Silva/CORREIO

Ela é Thaianá Alves, 31 anos, moradora da Santa Cruz. Deu uma pausa na correria que é ser mãe solo de duas garotas - uma de 4 e outra de 10 anos - e aceitou convite do CORREIO para contar sua história. 

Ela teve um dia de autocuidado no salão Sá Marina, na Pituba. Lá, escolheu escovar o cabelo, fez maquiagem, sobrancelha e limpeza de pele. Com produção de Léo Amaral, vídeos e fotos de Betto Jr e Marina Silva, Thai protagoniza o ensaio fotográfico em homenagem às mulheres desta edição especial do CORREIO.

"Obrigada CORREIO por mem fazer representar todas as mulheres guerreiras desse Brasil", agradeceu Thai, como prefere ser chamada.  Thai, capa do CORREIO (Foto: Reprodução) Thai ficou desempregada no ano passado e, sem apoio, encontrava força nas orações. Pedia à Deus para a situação mudar. A fome bateu à porta e, num desabafo com uma conhecida, achou a resposta das preces. 

“Conheci uma amiga que se sensibilizou com a minha história e conseguiu me empregar numa gráfica em que eu ganhava R$ 60 por semana”, lembra. Morando de aluguel, ela vivia, ao todo, com R$ 527 no mês, sendo R$ 240 do trabalho e outros R$ 282 da soma da pensão de uma das filhas com o Bolsa Família.

Hoje, Thai trabalha com confecção e impressão de cartões de visitas, banners e convites de aniversário. Aprendeu tudo lá, sem nenhum curso, só de observar uma colega fazer. 

No mês passado, ela tomou um susto. A proprietária da gráfica decidiu deixar a Bahia e ia vender o ponto onde trabalhava. “Eu não podia ficar desempregada de novo”, conta. Foi aí que ela decidiu alugar as máquinas e dizer para si mesma: “Seja o que Deus quiser”, apostou. 

Agora, ela herdou os clientes e está conquistando novos. O próximo passo é entender como produzir camisas e copos.

“Criar duas filhas sozinha não é fácil. Eu custeio casa, alimentação, escola. E ainda tem que cuidar da casa, fazer comida, dar carinho. A principal dificuldade para mim é dar atenção para elas, sei que elas precisam, sempre me cobram. Mas eu chego sempre tão cansada… Quando vou dormir, coloco elas para dormir comigo porque é o tempo que eu consigo para conversar, para puxar um papo sobre o dia. Depois, pega no sono todo mundo junto”, conta. Thai ao lado das filhas Iverly de 10 anos e Ianna, 4: atenção só à noite quando dormem juntas (Foto: Marina Silva/CORREIO) Enquanto Thai está no trabalho, as meninas  cuidam uma da outra. A mais velha dá banho na mais nova para irem para a escola. Ao meio-dia, Thai dá uma pausa na gráfica para almoçar com elas e levá-las na escola. Na volta, essa responsabilidade fica por conta da maior. De noite, a mãe as ajuda com as lições de casa. “Tudo vale a pena só de ver elas bem, mas sei que a minha filha de 10 anos força muito a maturidade me ajudando a tomar conta da pequena”, observa.

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