Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Fusão entre DEM e PSL, partido deve lançar nome próprio à presidência em 2022
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2021 às 12:14
- Atualizado há um ano
A independência deve ser a grande marca do "União Brasil", partido que vai surgir da fusão entre DEM e PSL, garante o ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto.
Em entrevista ao Uol, o baiano voltou a falar que a ideia do partido, que terá o número 44, é lançar um nome próprio para a presidência da república. ACM Neto revelou ainda que três nomes surgem, neste primeiro momento, como os mais cotados para serem lançados: José Luiz Datena, Luiz Henrique Mandetta e Rodrigo Pacheco.
"O partido nasce independente, com um projeto próprio voltado à presidência da república. Nós já estamos nos preparando para 2022, com a expectativa de que o TSE homologue o partido entre janeiro e fevereiro. Esperamos que, após a janela partidária de março do ano que vem, o desenho se torne mais claro. Mas, neste primeiro momento, nosso caminho não é estar ao lado de Bolsonaro, mas sim ter um projeto próprio", revelou o presidente nacional do DEM.
Ainda sobre o apoio a Bolsonaro, ACM Neto negou que seu atual partido faça parte da base de apoio do atual presidente. Ele disse que todos os seus parlamentares têm total liberdade de posicionamento e que só fecha questão com o governo caso a pauta seja alguma bandeira histórica do partido, como a reforma da previdência.
"Para nós, os nossos princípios, as nossas bandeiras e coerência são valores inegociáveis. O DEM já deu exemplo disso. Quando Lula chegou ao poder em 2002, muitos partidos trocaram de lado e aderiram ao governo Lula. Nós fomos oposição ao PT a vida inteira. Discordo que somos base de apoio de Bolsonaro. Jamais o partido se declarou base do governo, sempre reafirmamos nossa independência. Agora, quando há interesses em comum, como na agenda econômica na reforma da previdência, nos colocamos a favor", ponderou.
Por outro lado, ele ressaltou que o Democratas sempre se posicionou contra o presidente em pautas "ideológicas", como a questão do voto impresso.
"Eu já me encontrei algumas vezes com Bolsonaro e eu disse a ele: 'Não espere que eu entre aqui para pedir algum cargo ou indicação'. E eu nunca fiz, mesmo tendo diversas oportunidades de fazê-lo. Tomei essa decisão justamente para garantir a independência de meu partido", afirmou ACM Neto.
Já na avaliação do atual governo, o ex-prefeito de Salvador disse que não tem como dar uma nota de 0 a 10 ao presidente, mas diz que, em sua opinião, as atitudes de Bolsonaro tiveram mais pontos negativos que positivos.
"Minha posição é extremamente crítica em relação à educação e política ambiental dele, por exemplo. Na questão da economia, o principal problema é o presidente e toda a insegurança que sua postura causa. Mas o fato de eu ter uma visão mais crítica não impede que eu faça elogios, como na questão da reforma da previdência", ponderou ACM Neto.