Alceu Valença apresenta show Anjo de Fogo na Concha

Viagem sonora e sensorial pelas diversas fases de uma carreira do artista pernambucano acontece domingo, na Concha

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 06:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O Anjo de Fogo de Alceu Valença pousa no palco da Concha Acústica, nesse domingo, com um show especial que tem direção e produção do próprio cantor. A proposta é uma viagem sonora e sensorial pelas diversas fases de uma carreira que já dura quase meio século. “Dividi o roteiro do show de modo que pudéssemos apresentar essas etapas distintas, as histórias que as acompanham e, consequentemente, os sucessos em uma ordem cronológica de lançamento”, esclarece o artista pernambucano de 71 anos.

Com uma múltipla trajetória, Alceu iniciará mostrando uma sonoridade pesada e contemporânea, definida por um jornal nova-iorquino como o “rock que não é rock”. Nessa fase inicial estão presentes os temas repletos de metáforas como Papagaio do Futuro, Táxi Lunar (que é uma composição sua com Geraldo Azevedo e Zé Ramalho), Pelas Ruas que Andei, entre muitas outras. Dessa época, Alceu traz as influências dos tempos de estudante de Direito.

Em seguida, ele faz uma homenagem ao frevo com um figurino especial escolhido numa de suas viagens à Itália. “É uma fantasia que não é carnavalesca e remete a um Chaplin vermelho, colorido, um maluco beleza”, diz Alceu, ressaltando que a canção Bicho Maluco Beleza nasceu da inspiração de um personagem, real, que vivia nas ruas de Olinda e fazia cover do próprio Alceu e de Raul Seixas. “Gostava dessa ambivalência, desse palhaço, um bufão que revela o riso e a reflexão ao mesmo tempo”, pontua Alceu.

Raízes Nordestinas - Do Carnaval e do frevo, o show parte para um medley que vai de Jackson do Pandeiro a Luiz Gonzaga. Baião e Vem Morena reafirmam a identidade primeira do menino criado na fronteira entre o agreste e o sertão pernambucano. “Certa vez, Gonzagão foi assistir a um show meu e perguntei a ele se havia gostado do que viu e ele respondeu: ‘claro! É um pifo (pífano) elétrico’”, relembra, divertido.

Essa homenagem permite ao compositor mostrar uma fase mais eletrônica, onde ele parte para mostrar a riqueza cultural do Nordeste através de Estação da Luz e outros tantos sucessos que marcaram os anos 80 e 90. Anunciação, Tropicana, Como Dois Animais, Belle de Jour, Girassol. “Essas e outras tantas estarão no show, além de surpresas que tenho guardadas para o público baiano e a Concha Acústica”, diz Alceu, declamando um trecho do poema Navio Negreiro, de Castro Alves, e lembrando dos amigos feitos por aqui e da participação de nomes como Moacyr Gramacho, atual diretor do Teatro Castro Alves, em suas produções cinematográficas.

“Será uma alegria voltar a essa terra”, completa, sugerindo: “Quem sabe Navio Negreiro não surge no bis, não é?”, graceja. Para depois da turnê brasileira, o inquieto Alceu pretende levar o espetáculo para a Europa, numa apresentação que, segundo ele, deve ser parecida com o show Valencianas, onde se apresentava com a Orquestra de Ouro Preto. “Tem uma coisa muito rica que é misturar todas essas referências populares ao erudito”, finaliza.

Serviço: Concha Acústica do Teatro Castro Alves (Campo Grande). Domingo (12), às 19h. Ingresso:  R$ 80 | R$ 40 (pista), R$ 160 | R$ 80 (camarote). Venda: bilheteria do Teatro; SAC dos shoppings Barra/Bela Vista, site www.ingressorapido.com.br