Alunos de escola estadual fazem protesto por reforma de quadra esportiva

‘Se não conseguirmos hoje, faremos outra manifestação maior’ diz estudante

Publicado em 24 de maio de 2022 às 18:55

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Marina Silva/ CORREIO

“Queremos poder praticar esportes’. ‘Quadra já!’ Essas são algumas das frases de estudantes da Colégio Estadual Teixeira de Freitas, que se reuniram, nesta terça-feira (24), em um protesto pelo direito de praticar esportes. Munidos de cartazes, eles foram para a rua pedir a reforma da quadra da instituição de ensino, que se arrasta há mais de dois anos.

"Hoje, os alunos se encontram em uma situação precária em termos de esportes. Estamos aqui lutando por nosso direito. Nós precisamos de lazer nas escolas. Então a gente vai lutar até conseguir" prometeu Fabricio Leite, estudante de 17 anos. 

Ele e outra dezena de estudantes do Teixeira de Freitas organizaram o protesto por conta própria, sem participação de entidades, mostrando que os adolescentes têm noção clara de que esporte e lazer também são sinônimos de cidadania. 

O ato paralisou a Avenida Joana Angélica por alguns minutos, mas por uma boa causa. De acordo com os estudantes, o colégio está com a quadra sem funcionar há dois anos e meio devido a uma reforma que ainda não foi autorizada pelo governo do estado. 

"O Teixeira é grande por conta dos esportes. São três anos invictos nos jogos estaduais. A gente só precisa de uma assinatura de um membro do Estado" afirmou Fabrício, prometendo que o ato de ontem não será o primeiro protesto caso a reforma não seja iniciada. 

"Se não tiver essa assinatura, daqui há um mês a gente vai fazer mais. O projeto já está pronto, só precisa liberar. Se não conseguirmos hoje, faremos outra manifestação bem maior”. 

Segundo o professor de Educação Física do colégio, Allan Nunes Rezende, o espaço necessita de reformas desde 2010. Com o passar dos anos, o número de reparos necessários foi crescendo. A direção da unidade escolar encaminhou solicitações à Secretaria Estadual de Educação (SEC), mas nada foi feito. 

Ainda conforme o educador físico, um novo pedido foi enviado ainda durante a pandemia. Ele afirma que este último resultou na produção do projeto e na liberação do valor necessário para a obra, mas a falta de uma assinatura está impedindo a execução do trabalho. 

"Estou de favor pedindo ao [Colégio] Central para treinar os esportes porque as aulas de educação física do Teixeira não estão liberadas. Uma situação incômoda para os alunos, por isso, essa manifestação. Tentamos falar diversas vezes com a secretaria, por meio de ofícios", afirma Allan. 

A alternativa para manter as atividades da disciplina são as aulas teóricas e de alongamento e aquecimento dentro da própria sala de aula, o que não é considerado uma troca justa pelos alunos, como afirma o presidente do grêmio estudantil, Felipe Oliveira, 19 anos. 

"A aula de educação física é para acontecer. Se a Secretária não nos responde, nós a responderemos. Nós temos professores que estão impossibilitados de dar aula, porque não temos quadra, desta forma, resolvemos nos manifestar na rua, para dizer que não iremos nos calar diante do que está acontecendo", destacou Felipe. 

Em nota, a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) informou que monitorou a manifestação, juntamente com a Polícia Militar da Bahia (PM-BA). O ato deixou o trânsito congestionado na Av. Joana Angélica, no sentido Nazaré.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação por e-mail para esclarecer o caso, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

*Com a orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo