Após dois anos, Feira Vegana volta a acontecer no Parque da Cidade

Evento ganha edição hoje (2) e amanhã (3)

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  • Ana Pereira

Publicado em 2 de abril de 2022 às 07:00

. Crédito: Fotos: Reprodução/Instagram

Na já distante vida pré-pandemia, Salvador experimentava um crescimento saudável das feiras de rua – que felizmente estão voltando à rotina dos fins de semana. Cada iniciativa tem seus atrativos e peculiaridades, mas sem dúvidas uma das mais interessantes é a Feira Vegana, que após dois anos está de volta ao Parque da Cidade, neste sábado (2) e domingo (3), das 11h às 17h, reunindo mais de 30 empreendimentos que defendem um estilo de vida sem consumo de origem animal.

Em torno dessa ideia, estão juntos produtores de variados tipos de rango, cerveja artesanal, roupas, cosméticos, maquiagens e acessórios, entre outros serviços. E nos dois dias, um participante muito especial, o Gatil Irmã Francisca, que ampara e encaminha animais para adoção. A programação cultural e formativa, com palestras e encontros, por enquanto está suspensa – ainda por conta das restrições da pandemia. 

Neste contexto, explica Ana Paula Paixão, o Parque da Cidade, onde o evento vinha acontecendo antes de parar, é ainda mais apropriado: “É amplo, verde e muito agradável. E a feira tem esta energia de amor”, afirma Ana, que responde pelos sushis e outras delícias da Amana. 

Ela faz o convite para os não iniciados chegarem e “desmistificarem” a ideia de “comidas veganas não são gostosas”. E diz que todos os envolvidos de comprometeram a levar pelo menos um produto com preço acessível.      Ana divide a organização da Feira Vegana com Hanna Soares, da Veganas Baianas (salgados e tortas), e Alzira Bhakti (da Pasteis Integrais). “Estamos juntas desde o começo. Nossa causa é a libertação animal, as pessoas não estão ali só para vender, defendemos esta abertura para olhar o animal como um todo”, destaca Ana, que acredita que a iniciativa ajudou a fomentar os empreendimentos veganos na cidade - sobretudo os comandados por mulheres.    

O projeto tem entrada gratuita e faz parte de uma parceria com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência – SECIS, da prefeitura de Salvador, e com o Parque da Cidade. 

Festival É Tudo Verdade exibe, on-line e de graça, 77 filmes     

Boa notícia para os amantes do documentário de todo o país. O festival É Tudo Verdade, o mais importante do país dedicado ao gênero, manteve o formato on-line, em paralelo às exibições presenciais,  no Rio e São Paulo. Em sua 27ª edição, o festival exibe, até o dia 10 de abril, gratuitamente, 77 filmes de 34 países, em sessões especiais, mostras competitivas e retrospectivas - além de bate-papos com realizadores e um simpósio internacional.

Neste sábado (2), um dos destaques é o filme Diários de Mianmar, que tem sessão a partir das 13h, no É Tudo Verdade Play (www.etudoverdadeplay.com.br ). O filme, que mostra os horrores da guerra no país, saiu com o prêmio de melhor documentário no último Festival de Berlim e é assinado pelo Coletivo Cinematográfico de Mianmar, com pessoas que permanecem anônimas por questões de segurança. 

O doc  traz uma colagem de imagens captadas por repórteres-cidadãos nos protestos e na repressão violenta que se seguiram ao golpe, bem como a curtas que servem como encenações dos sentimentos dos habitantes de Mianmar. O país, que foi uma colônia britânica e depois sofreu uma ocupação japonesa, conquistou sua independência em 1948. Catorze anos depois, houve um golpe de Estado e a instauração de uma ditadura militar. Em 2011, Mianmar, antigamente chamada Birmânia, conquistou a democracia, que durou pouco.

Na competitiva nacional de longas-metragens neste fim de semana tem a estreia de Sinfonia de um Homem Comum, de José Joffily - que será exibido sábado (21h) e domingo (13h). O filme  acompanha a história do diplomata brasileiro José Maurício Bustani, que foi diretor da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), e tentou impedir a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. O filme destaca a atuação de Bustani como primeiro diretor geral da OPAQ, entre 1997 e 2002.

A organização internacional independente, afiliada à ONU e sediada na Holanda, tinha como objetivo implementar a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Armazenagem, Produção e Uso de Armas Químicas e sua Destruição. O diplomata defendia a adesão do Iraque à OPAQ a fim de possibilitar as inspeções de armas no país. Já o então presidente George W. Bush afirmava que o país possuía armas de destruição em massa, que não foi comprovada.  José Adário, o Zé Diabo, em sua oficina (Foto: divulgação) Na mostra competitiva de curtas nacionais, destaque para a baiana Safira Moreira  com Alágbedé, Ferreiro dos Orixás. O filme apresenta o caminho que o ferreiro Zé Diabo percorre no processo de feitura das ferramentas de orixá enquanto reocupa o seu arco recém-reformado na Ladeira da Conceição da Praia. Quem conta a história é o próprio José Adário, que fala de seus conhecimentos de sacerdote religioso no candomblé. O curta capta as imagens do seu cotidiano - do ferro velho à oficina - apreendendo detalhes que carregam os mistérios sobre o processo de transformar pedaços de ferro em objeto sagrados, revelados pelo fogo e por Ogum. Os curtas podem ser vistos também nos sites www.itauculturalplay.com.br e sescsp.org.br/etudoverdade.  Confira a programação completa em etudoverdade.com.br/br/home.

+ cinema

Filmes do Oscar  -O circuito Saladearte exibe os filmes mais importantes premiados este ano no Oscar: Na Sala do MAM, podem ser vistos Belfast (12h10), Drive My Car (15h35) e No Ritmo do Coração (18h45), respectivamente vencedores de roteiro original, filme internacional e filme do ano;  já no Paseo, além destes três, tem King Richards, Criando Campeães, que deu a Will Smith o prêmio  de melhor ator,  em sessões a partir das 15h. 

Deserto Particular no streaming - Premiado no Festival de Veneza e filme brasileiro indicado ao Oscar 2022, Deserto Particular  está  disponível para streaming na HBO Max. O longa dirigido pelo baiano Aly Muritiba  é protagonizado por Antonio Saboia (Bacurau), como Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba, com um pai doente, de quem cuida com devoção. Taciturno, Daniel fala pouco, e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor.