Após morte de ciclista, manifestantes pedem paz em ato na Avenida LEM

João Evangelista morreu atropelado na segunda (23), enquanto pedalava

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 28 de julho de 2018 às 10:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Carmen Vasconcelos/CORREIO

Um ato para pedir paz no trânsito e prestar as últimas homenagens ao ciclista João Evangelista Alves dos Santos, 67 anos, que morreu atropelado na última segunda-feira (23), marcou o início da manhã deste sábado (28), na avenida Luís Eduardo Magalhães. Cerca de 300 ciclistas de diversos grupos da cidade e familiares da vítima estiveram no local para assistir à instalação de uma bicicleta branca com flores.

De acordo com o ciclista e líder do Movimento Giro Livre, Arthur Velloso, o ato teve como objetivo sensibilizar os motoristas para um trânsito mais civilizado e menos violento nas grandes cidades."A lei de trânsito diz que o motorista protege o ciclista e motociclista, que protegem o pedestre, no entanto, o que vemos diariamente é uma luta desigual e um total desrespeito à vida", afirma Velloso.Visivelmente emocionada, a viúva Maurina dos Santos Bastos, 50 anos, fez questão de ressaltar o amor do marido pelas duas rodas. 'Ele chegou a manter uma oficina de bicicletas em Pirajá tamanho era o amor pelas duas rodas", contou. Segundo Marina, o responsável pela morte do marido não manteve contato algum com a família é deve responder por homicídio doloso, quando não há intenção de matar. Bicicleta branca foi colocada no local (Foto: Carmen Vasconcelos/CORREIO) A coordenadora do grupo PRI, que reúne quase 3 mil ciclistas, Michele Oliveira, fez questão de enfatizar que o ato foi sobretudo uma forma de lembrar aos motoristas que sobre uma bicicleta sempre tem uma vida. "O que aconteceu com João poderia ter acontecido com qualquer um de nós, até mesmo uma criança. Sou motorista e sei que precisamos ampliar nossa educação e consciência para uma convivência pacífica", concluiu

Relembre o caso  Embora fosse aposentado, Evangelista, de acordo com familiares, estava sempre ocupado fazendo bicos como pedreiro. Nesta terça, ele saiu de casa, na Travessa São João, em Pernambués, por volta das 6h, para buscar uma caixa de ferramentas no bairro do Alto do Cabrito. Ele já estava acostumado a percorrer longas distâncias, já que fazia parte de um grupo de ciclistas - neste caso, 26 quilômetros para ir e voltar. 

Já nas proximidades do viatudo de acesso à Avenida Paralela, um veículo branco acabou colidindo com sua bicicleta. Evangelista morreu no local e seu corpo foi retirado da pista por volta das 9h30 por peritos do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). De acordo com familiares, o condutor do carro não parou para prestar socorro à vítima e fugiu do local. O ciclista estava de capacete e sua bicicleta tinha sinalização. 

Um vizinho que fazia uma corrida próximo do local do acidente foi quem reconheceu o corpo do pedreiro. Ele foi o responsável por avisar à família. "Ele corria aqui perto quando passou e reconheceu a biclicleta. Evangelista era um homem bom que gostava muito de biclicleta", conta a estudante Jeane Aguiar, 32, vizinha da vítima.  

O pedreiro Ademir de Jesus Anunciação, 55, que dirigia o carro que colidiu com a bicicleta de Evangelista foi autuado por conduzir veículo com habilitação vencida, além de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e omissão de socorro por ter fugido sem dar socorro à vítima.