Após vaquinha, baiano de 10 anos consegue dinheiro para estudar na Escola do Bolshoi

A campanha para ajudar Jonathan começou na segunda-feira

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  • Thais Borges

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 11:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jonathan nunca tinha feito balé, até ser descoberto pelo Bolshoi (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO)

Em dois dias, a campanha virtual para ajudar o baiano Jonathan de Araújo, 10 anos, a estudar na Escola de Teatro do Bolshoi, em Joinville (SC), atingiu a meta. Lançada na segunda-feira (7), a ‘vaquinha’ tinha o objetivo de arrecadar R$ 10 mil até o dia 21, quando o menino, a mãe e a irmã vão se mudar para a cidade catarinense, onde Jonathan vai fazer um curso de oito anos. 

Na manhã desta quarta-feira (9), a campanha já tinha arrecadado pouco mais de R$ 18 mil.“A gente queria parabenizar todo mundo que se empenhou para nos ajudar, agradecer a todos os patrocinadores, ao CORREIO e a todos que trabalharam em prol disso. Com o apoio do CORREIO, um jornal que circula em todo o estado, as pessoas tomaram ciência. Ele é um baiano representando o nosso estado lá fora”, afirmou o pai do garoto, o policial militar Josué dos Santos, 53.Segundo Josué, o valor arrecadado será destinado às passagens de avião da família, além de ajudar no aluguel da casa onde Jonathan vai morar, em Joinville. Fundada em 2000, a escola do Bolshoi em Santa Catarina é a primeira e única extensão da aclamada escola de balé de Mouscou (Rússia), no mundo. 

Diante das dificuldades com a mudança, a Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (Aceb) se mobilizou para lançar a vaquinha. Para fazer doações ou saber mais da campanha, visite o link da vaquinha.

Primeiro contato com o balé Até agosto do ano passado, Jonathan nunca tinha sequer tido contato com o balé oficialmente. Naquele mês, porém, acompanhou os pais e a irmã de 14 anos, Samanta, numa seleção de canto que ela faria, no Hotel Fiesta. Na ocasião, acontecia também seleções para outras escolas, como a do Bolshoi. 

No segundo dia, fase seguinte da seleção de Samanta, a família chegou atrasada e a menina foi eliminada do processo seletivo. Mas a quantidade de crianças que estava ali para participar do Bolshoi chamou atenção dos pais. 

“Eram muitas crianças, Salvador em peso. Nosso objetivo inicial só era levar Jonathan para que ele não ficasse em casa, mas, ao chegar lá, vimos que ele tinha a idade e o corpo ideal. Decidimos tentar”, lembrou Josué. 

Jonathan entrou sozinho – os pais ficaram do lado de fora. Lá, encarou uma banca com cerca de dez professores do Bolshoi. “Eu fiz tudo certinho, como eles mandaram. Estou animado e aprendendo balé, não sabia nada antes”, contou, tímido.

O menino avançou para outras três seletivas, que aconteceram em dias seguidos, em Joinville. “Tomei empréstimo de banco, fiz um sacrifício para mandar ele e a mãe para Joinville, para poder competir. Tomei um empréstimo de R$ 6 mil”, revelou o pai, Josué, que é subtenente na PM.