Atirador do Ministério Público no RN ficará preso preventivamente em Natal

Servidor que atacou procurador e promotor não falou sobre motivação do crime em depoimento

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  • Da Redação

Publicado em 25 de março de 2017 às 17:28

- Atualizado há um ano

Após atirar no procurador-geral adjunto, Jovino Sobrinho, e no promotor público Wendell Beetoven, na última sexta-feira (24), Guilherme Wanderley Lopes da Silva, 44 anos, se apresentou à Polícia Civil, no final da manhã deste sábado (25). A polícia já estava com um mandado de prisão preventiva contra ele. O servidor do Ministério Público do Rio Grande do Norte era procurado desde o crime e ficará preso por tempo indeterminado.Guilherme Wanderley Lopes da Silva ficará preso por tempo indeterminado (Foto: MP/Divulgação)Depois de se apresentar, Guilherme prestou depoimento ao delegado Renê Lopes, da 5ª DP. Ele disse que o servidor passou a maior parte do tempo calado. "Ele nos respondeu apenas três questionamentos. Negou quando questionamos se mais alguém participou da ação, negou que já tenha sido internado anteriormente por problemas psiquiátricos ou psicológicos e negou também que o atentado tenha tido relação com um processo que seu genitor respondeu".

Ainda de acordo com o delegado, Guilherme não quis se pronunciar sobre as motivações para atacar os procuradores e o promotor. Ele também não falou sobre quais seriam os seus alvos, conforme consta em uma carta escrita por ele.

O servidor do MP foi ouvido e, inicialmente, levado para o quartel do Comando Geral da Polícia Militar. "Como ainda não tínhamos uma vaga definida para ele, o levamos para o quartel da PM. Depois, ele foi conduzido para o Centro de Detenção Provisória da Ribeira, onde ficará preso por tempo indeterminado", informou o delegado-geral da Polícia Civil, Claiton Pinho. Guilherme ficará em uma cela especial por ter curso superior e ser funcionário do Ministério Público.

A arma do crime, um revólver calibre 38, também foi apreendida neste sábado. Ela tem capacidade para cinco disparos e estava com uma munição intacta, de acordo com a polícia.

Entenda o casoGuilherme entrou armado em uma reunião onde estava o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, e seus auxiliares. De acordo com relato de Rinaldo ao G1, "Guilherme se aproximou, colocou dois papéis na minha mesa e disse: 'Isso é uma recompensa por tudo o que vocês fizeram'. Em seguida, puxou a arma e a tirou do coldre. Gritei para todos que ele estava armado e houve uma correria. Ele apontou o revólver em minha direção e atirou, mas errou".O servidor conseguiu atingir Wendell com um tiro nas costas e, em outra sala, efetuou dois disparos contra Jovino. Após o atentado, Guilherme fugiu gritando que havia um homem atirando atrás para enganar os seguranças do local. "Mesmo assim, houve troca de tiros no estacionamento. Depois, ele escapou", disse o procurador-geral.A carta deixada pelo atirador revela que o procurador-geral de Justiça, o procurador-adjunto e o coordenador jurídico seriam seus alvos. Jovino e Wendell passaram por cirurgias no hospital Walfredo Gurgel, principal pronto-socorro do Rio Grande do Norte, e, segundo Rinaldo, têm quadros clínicos estáveis.