Avião com restos mortais de Bruno Pereira e Dom Phillips chega a Brasília nesta quinta

Os restos mortais foram encontrados enterrados no local indicado por suspeito

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  • Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2022 às 11:19

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Os restos mortais achados nas buscas pelo indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips devem chegar a Brasília na noite desta quinta-feira (16).

Os restos humanos "encontrados no local onde estavam sendo feitas as escavações” na região do Vale do Javari, no Acre, foram levados para Tabatinga (AM) na noite de quarta-feira (15). Segundo o g1, às 15h desta quinta, o avião abastece em Vilhena (RO), e segue para a capital do país, onde deve chegar às 19h30.

O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, afirmou que Amarildo da Costa Oliveira confessou ter assassinado Bruno e Dom. Os restos mortais foram encontrados enterrados no local indicado por Amarildo.

Confissão Os irmãos Oseney da Costa Oliveira, conhecido como Dos Santos, e Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, confessaram as mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. A informação foi divulgada pela TV Band e pela TV Globo nesta quarta-feira (15), atribuindo a fontes da Polícia Federal. Os dois já estão presos por suspeita de envolvimento no desaparecimento. Suspeitos foram levados para local de buscas (Foto: Reprodução) Mais cedo, os dois suspeitos foram levados por agentes da PF para os locais das buscas pelos desaparecidos. Segundo a Band, o suspeito Dos Santos disse que os corpos teriam sido queimados e esquartejados na região da Terra Indígena Vale do Javari. A Globo diz que a PF faz buscas pelos corpos. A família de Dom Phillips no Reino Unido disse que ainda não foi informada sobre novos desdobramentos. 

Uma mochila, documentos e outros objetos de Dom e Bruno foram encontrados na região amarrados a um igapó perto da casa de Pelado. Antes, a PF informou que havia encontrado "material orgânico aparentemente humano" no local - o achado foi encaminhado para perícia. 

Pelado foi o primeiro preso, após relatos de que ele teria sido visto em barco seguindo os dois desaparecidos. Uma testemunha chegou a dizer que viu o suspeito atirar para cima com uma espingarda pouco depois que Bruno e Dom partiram para Atalaia do Norte, onde nunca chegaram. Eles estão sumidos desde o dia 5 de junho. 

Já dos Santos foi preso essa semana, com cartuchos de armas de fogo e um remo, que passarão por perícia. 

Um depoimento colhido pela PF é do procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Javari  (Univaja), Eliésio Marubo, que diz que Bruno mandou uma mensagem afirmando que temia pela sua vida, dizendo que a reunião marcada com "Churrasco" poderia "dar algum problema". 

Segundo o Globo, uma hipótese investigada pela PF é se o crime teve relação com um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e outros animais. A reportagem diz que peixes que seriam usados no esquema foram apreendidos recentemente. 

Desaparecimento Bruno e Dom tiveram o desaparecimento informado pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), na segunda (6). Eles sumiram no trajeto entre a comunidade de São Rafael e Atalaia do Norte, diz a entidade.

Dom Phillips fazia a viagem para realizar entrevistas para um livro que escrevia sobre a Amazônia. Bruno, servidor licenciado da Funai e profundo conhecedor da região e dos povos indígenas, o acompanhava. 

No dia 5, os dois deixaram o Lago do Jaburu para a comunidad  de São Rafael, onde o indigenista participaria de uma reunião. Eles chegaram lá por volta das 6h, conversaram com uma moradora e depois começaram a viagem de volta, mas jamais chegaram e não foram mais vistos.  Baseado no Brasil há 15 anos, Dom Phillips era repórter e colaborava para várias publicações, incluindo o The Guardian. Ele morava em Salvador com a esposa, que é baiana.

Já Bruno era um servidor licenciado da Funai, sendo um dos indigenistas mais experientes do país. Segundo a Univaja, ele recebia várias ameaças de madereiros, garimpeiros e pescadores por conta do seu trabalho na Amazônia.