Battisti deixa Bolívia para cumprir pena na Itália

Avião embarcou por volta das 19h, hora de Brasília

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  • Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2019 às 19:41

- Atualizado há um ano

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O italiano Cesare Battisti, de 64 anos, já deixou a Bolívia em direção a Itália, onde vai cumprir pena de prisão perpétua. O avião partiu por volta das 19h (horário de Brasília) do Aeroporto Internacional de Viru Viru, em Santa Cruz de La Sierra. A previsão é que ele chegue a Roma por volta das 13h30, no horário italiano.

A informação do embarque de Battisti para a Itália também foi divulgada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em uma rede social.Já o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, comemorou a prisão de Battisti e publicou, no Twitter, fotos do italiano no avião. O condenado por terrorismo aparece um cavanhaque, semelhante a um dos disfarces divulgados pela Polícia Federal brasileira.

Na manhã deste domingo (13), o governo brasileiro informou que antes de partir para a Itália, Battosti passaria pelo Brasil. A decisão foi tomada pelo presidente Jair Bolsonaro após uma reunião com os ministros Sérgio Moro (Justiça), Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Por volta das 18h30, o Ministério da Justiça e o Itamaraty divulgaram nota em que confirmavam que Battisti não passaria pelo Brasil no retorno à Itália.

Segundo a nota, "o Brasil ofereceu facilitar o embarque pelo território nacional e devido à urgência foi encaminhada uma aeronave da Polícia Federal brasileira à Bolívia". O documento acrescenta que, no entanto, optou-se pelo envio direto de Battisti à Itália (confira na íntegra ao fim dessa matéria).

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Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo. Ele se diz inocente e que foi vítima de perseguição política. Ontem (12), foi preso em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades da Bolívia.

O italiano passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, chegou ao Brasil, onde foi preso três anos depois. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa que deixava a palavra final ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No último dia de seu segundo mandato, em 2010, Lula negou a extradição.

Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao ex-presidente Michel Temer a revisão da decisão sobre Battisti. No dia 13 de dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux determinou a prisão do ex-ativista. No dia seguinte, a extradição foi autorizada por Temer. Desde então, Battisti estava foragido.

Veja a íntegra da nota divulgada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Justiça:

Nota conjunta do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Justiça e Segurança Pública – Entrega de Cesare Battisti à Itália

O terrorista Cesare Battisti retornará diretamente da Bolívia, onde foi preso na madrugada de hoje, para a Itália, onde começará a cumprir imediatamente a pena de prisão que lhe foi cominada pela Justiça italiana.

O Brasil ofereceu facilitar o embarque pelo território nacional e devido à urgência foi encaminhada uma aeronave da Polícia Federal brasileira à Bolívia. No entanto, optou-se pelo envio direto do prisioneiro à Itália.

O governo brasileiro se congratula com as autoridades bolivianas e italianas e com a Interpol pelo desfecho da operação de prisão e retorno de Battisti à Itália. O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça.