Brumadinho: oito funcionários da Vale são presos em operação

Além dos mandados de prisão, são cumpridos 12 de busca e apreensão

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  • Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2019 às 07:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Sete funcionários da Vale foram presos na manhã desta sexta-feira (15), na Grande Belo Horizonte. Uma oitava pessoa está sendo procurada. As prisões têm relação com  uma investigação da barragem de Brumadinho. Segundo o Ministério Público, o objetivo da operação é  "apurar responsabilidade criminal pelo rompimento de barragens existentes na Mina Córrego do Feijão, mantida pela empresa Vale, na cidade de Brumadinho." 

Entre os presos está Alexandre de Paula Campanha suspeito de ter pressionado o engenheiro Makoto Namba, da TÜV SÜD, a assinar  o laudo de estabilidade da barragem de Brumadinho. “A TÜV SÜD vai assinar ou não a declaração de estabilidade?”, teria dito Campanha. Além dos mandados de prisão, existem 12 de busca e apreensão. 

De acordo com o Ministério Público, todos os presos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da Barragem 1, rompida no dia 25/01/2019. As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias, tendo em vista fundadas razões de autoria ou participação dos investigados na prática de centenas de crimes de homicídio qualificado, considerados hediondo. 

Eles serão ouvidos pelo Ministério Público Estadual, em Belo Horizonte. Também são apurados crimes ambientais e de falsidade ideológica.

O pedido  de prisão formulado pelo Ministério Público Estadual foi feito por intermédio da Promotoria de Justiça da Comarca de Brumadinho, da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado GAECO e do Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público - GEPP, no âmbito de força-tarefa. 

Os alvos de busca e apreensão foram quatro funcionários (um diretor, um gerente e dois integrantes do corpo técnico) da empresa alemã TÜV SÜD, a qual prestou serviços para a Vale, referentes à estabilidade da barragem rompida. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da empresa Vale, no Rio de Janeiro.

Primeira prisão No dia 29 de janeiro, três engenheiros foram presas na região metropolitana de Belo Horizonte e outras duas em São Paulo. 

As ordens foram cumpridas na sede da Vale, em Nova Lima (MG), e em uma empresa sediada em São Paulo que prestou serviços de projetos e consultoria na área das barragens. Também foram alvo das medidas pessoas ligadas a essa empresa.

Veja a lista dos presos:

Joaquim Pedro de Toledo

Renzo Albieri Guimarães Carvalho

Cristina Heloíza da Silva Malheiros

Artur Bastos Ribeiro

Alexandre de Paula Campanha

Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo

Hélio Márcio Lopes da Cerqueira

Felipe Figueiredo Rocha