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Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Em 2022, o Centro de Convenções de Salvador (CCS) já tem confirmados o dobro dos eventos que foram realizados desde a sua inauguração, em janeiro de 2020. Após anos de espera, a capital baiana voltou a contar com um espaço para convenções, feiras e encontros corporativos, capaz de atender eventos de classe mundial. Meses após a inauguração, veio a pandemia. >
Se de janeiro de 2020 até aqui foram realizados 49 eventos, de diversos tipos no espaço, em 2022 já estão confirmados mais de 100 eventos no equipamento municipal, administrado pela GL Events. >
O diretor do CCS, Ludovic Moulin, conta que foi necessário se adaptar ao cenário, mas, segundo ele, a reação do mercado soteropolitano está acima da média de outras praças onde a GL Events, concessionária do centro de convenções atua, como o Rio e São Paulo, por exemplo. >
“Em termos de faturamento, São Paulo se destaca porque com um evento consegue bater os outros destinos, mas não tem nenhuma cidade brasileira atualmente com o volume e a diversidade de eventos que estão previstos para Salvador no próximo ano”, garantiu o executivo durante a participação no Programa Política & Economia, apresentado pelo jornalista Donaldson Gomes, no Instagram do CORREIO (@correio24horas). >
“A pandemia obrigou a gente a se reinventar, buscar novas soluções, novas maneiras de organizar eventos e nos fazer ir mais longe na busca de novas coisas”, destacou Ludovic. Para o centro de convenções, isso se refletiu em algumas novidades, lembra. >
Ele cita como exemplos o cine drive-in – “uma coisa antiga que ressurgiu como novidade neste momento –, um estúdio para a gravação de conteúdos digitais e uma parceria com uma grande empresa de esportes, Bio Digital Sports, para abrir uma academia dedicada a games. Essa iniciativa permitiu a realização de 49 eventos no período, conta Ludovic. >
Recentemente, o equipamento já sediou alguns, show e congressos, movimento que Ludovic Moulin torce para se manter de agora em diante. >
O gestor do centro de convenções acredita que determinadas mudanças realizadas no mercado de eventos mundial vieram para ficar, enquanto outras devem ser descartadas à medida em que a pandemia for superada. “Algumas coisas irão ser retomadas. As pessoas voltarão a se encontrar, o presencial é algo muito importante. Os grandes negócios acontecem presencialmente”, destaca. >
Entretanto, ele pondera que a mudança de patamar que o digital ganhou no mercado de eventos é algo que veio para ficar. “A transmissão de TV não fez as pessoas deixarem de ir aos jogos. Criou uma nova maneira de desfrutar do futebol e ajudou a expandir o esporte. Para mim será a mesma coisa”, compara. >
Mesmo com alguns anos sem um equipamento do porto do CCS – desde que o antigo Centro de Convenções da Bahia foi interditado após um desmoronamento parcial – Salvador continua a ser um importante destino para o mercado de eventos. Segundo o gestor do CCS, a capital baiana manteve-se viva no imaginário de quem realiza grandes congressos e feiras. “É um mercado maduro, que sempre foi muito importante. Se faltou equipamento nos últimos anos, agora estamos prontos para receber de volta esses eventos”, avisa. >
Entre as prioridades de captação, ele destaca os eventos corporativos e feiras, tanto as direcionadas ao público final, quanto aquelas mais voltadas ao público corporativo. “Temos pavilhões com mais de 10 mil metros quadrados, que nos permitem receber esses eventos”, garante. >
Ele explica que o equipamento tem versatilidade suficiente para receber diversos eventos, de portes variados, ao mesmo tempo. “Pode receber um congresso e uma feira ao mesmo tempo, permitindo a realização de um show à noite”. As saltas tem tamanhos que variam dos 50 metros quadrados (m²) aos 22 mil m². >
Ludovic lembra que o turismo é uma economia global. Ele explica que o espaço de eventos é uma poderosa ferramenta para a atração de visitantes, mas precisa ser utilizado em conjunto com outros equipamentos. “Toda a estrutura é importante. Começa com o aeroporto, passa pelo taxista, o restaurante e o hotel, mas eu acrescento ainda a população da cidade”, explica. “Um espaço de eventos profissional para receber os visitantes sem os demais elos não é suficiente para movimentar essa cadeia”, diz. >
Segundo Ludovic, a pandemia não trouxe impactos ao contrato de concessão da GL Events com a Prefeitura. “O único impacto é que a GL ofereceu o espaço para a vacinação. Além disso, o que fizemos e estamos fazendo é esperar passar”, ressalta. >
A maior parte dos eventos realizados desde a pandemia aconteceram nos últimos meses, à medida em que os decretos foram sendo flexibilizados. >
A atratividade do mercado de Salvador para o setor de eventos está antecipando o retorno de grandes congressos, que normalmente demoram entre dois e três anos para acontecerem, após as primeiras tratativas. “Salvador é uma cidade tão atrativa e carente de eventos que temos visto uma coisa pouco surreal, estamos assinando para realizar congressos já para o ano que vem e para 2023”, conta. >