Cláudia Di Moura é destaque na FilteBahia 2018

A atriz se apresenta com Lúcio Tranchesi no espetáculo O Galo, que é baseado na obra de Gabriel Garcia Marquez

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Dôra Almeida/Divulgação

Numa rinha de galo, um jovem aproveitava o público e panfletava contra a ditadura vigente. A resistência política provocou o seu desaparecimento, restando aos pais os cuidados com um galo que, aos poucos, passa a alimentar a família do sonho de vencer a próxima luta, afastando a pobreza, as saudades e a falta do filho. O desenrolar dessa história pode ser conferido na peça O Galo, que integra a programação do Festival Latino-Americano de Teatro da Bahia – FilteBahia 2018. O Galo tem uma estrutura minimalista e os atores Claudia Di Moura e Lúcio Tranchesi interpretam no centro do palco, que simula uma rinha de galo. De acordo com Cláudia que, atualmente, se divide entre o projeto e a novela Segundo Sol, interpretando a submissa e sofrida Zefa, o formato permitirá que o público possa usufruir o máximo do trabalho cênico dos atores. “Esse foi um projeto pessoal recheado de grandes coincidências, sobretudo o fato da direção de Luis Alonso ter trabalhado numa perspectiva feminina de contar essa história baseada na obra de Gabriel Garcia Marques Ninguém Escreve ao Coronel”, conta. Cláudia ressalta que a história de amor e esperança é sobretudo um símbolo de ideal de luta e resistência nos tempos de hoje. “Eles perderam os direitos mais básicos e resistem apesar disso. Traço um paralelo da ficção com nossa realidade, pois também vivemos assim: somos contribuintes que, depois de anos de trabalho, perdemos o direito à aposentadoria”, reflete a atriz, destacando que o desaparecimento do filho também pode ser pontuado como o desaparecimento da sociedade brasileira enquanto memória, história e cultura. Além do trabalho no teatro, Cláudia Di Moura vem colhendo aplausos por sua interpretação da empregada da família Ataíde, a submissa Zefa. “Acho que essa visibilidade é consequência de um trabalho focado. Na verdade, agradeço muito a oportunidade de interpretar essa mulher com uma força enorme, que nem ela mesma percebe que possui”, conta, vibrando com a mudada de rumo que a personagem passa a tomar, libertando-se de processo de manipulação e abuso a que foi submetida durante a vida. Sobre o futuro de Zefa, Cláudia diz que é impossível afirmar qualquer coisa porque tudo pode acontecer. “João Emanuel ( o autor da novela)é um pivete muito louco”, finaliza brincando. O Festival Latino-Americano de Teatro da Bahia  segue até amanhã em sete espaços teatrais de Salvador e um em Ilhéus e celebra seus onze anos.

SERVIÇO

Teatro Vila Velha(Av. Sete de Setembro, s/n - Passeio Público - Campo Grande).

Hoje(07) e amanhã(08), 20h.

Ingressos: R$30/R$15.

Confira a programação completa em: www.filte.com.br.