Com risco de fechar as portas, Club Med Itaparica restringe reservas até julho

Resort luxuoso conta com cerca de 200 empregados

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 20 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Um dos principais resorts de luxo da Bahia, o Club Med Itaparica, localizado no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, restringiu as reservas até o dia 23 de julho deste ano em meio ao risco de fechamento definitivo.

Segundo fontes ligadas ao setor hoteleiro da Bahia, o resort está com os dias contatos por conta da estratégia de atuação na Ásia da chinesa Fosun Internacional Ltda, uma das principais acionárias do grupo francês Club Méditerranée S.A.

Procurado pelo CORREIO para comentar o caso, o Club Med preferiu não se manifestar, mas uma atendente disse que a marcação de reservas somente até julho está atrelada a uma negociação da empresa. Mas ela não deu maiores detalhes.

Uma pessoa que pretenda se hospedar no resort tem de desembolsar entre R$ 2.601 e R$ 2.983 para ficar cinco dias. O local oferece áreas de lazer, piscina, quadra de tênis e suítes, além de funcionar no sistema all inclusive, que dá direito a alimentação e bebida à vontade aos clientes, sem custos adicionais.  Uma das suítes do Club Med (Foto: Divulgação) A Secretaria de Turismo da Bahia informou apenas que não divulgaria “articulações em busca de alternativas para a manutenção do resort”, que emprega cerca de 200 funcionários.

Entre entidades que representam hotéis e agências de viagem, o encerramento das atividades do resort é dado como certo e está sendo encarado como resultado da falta de investimentos no setor nos últimos anos.

“Agora que passou o Carnaval é que precisamos nos preocupar”, disse Glicério Lemos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (Abih-BA), que informou que a taxa de ocupação no Carnaval foi de 97,64% – 0,64% a mais do que 2018.

Já o mês de fevereiro de 2019 registrou 68,52% de taxa de ocupação contra 68,27% no mesmo período do ano passado. “Isso, mesmo com poucos investimentos que temos visto no setor. Precisamos fazer com que a Bahia atraia mais turistas”, comentou Glicério.

Segundo informou o Governo da Bahia, até novembro, o estado estará presente em 32 feiras internacionais de turismo e 21 eventos nacionais, “a fim de divulgar atrativos turísticos e trazer um número ainda maior de visitantes”.

A empresária Ângela Carvalho, presidente da Associação Baiana de Agências de Viagem (Abav), disse que “extraoficialmente, o fechamento do Club Med Itaparica é dado como certo, mas não fomos comunicados ainda”. “Ele tem uma procura grande, vai ter um impacto significativo no setor. Espero que encontrem uma solução”, declarou Ângela.

Caso confirme o fechamento, este será o segundo grande empreendimento hoteleiro a fechar as portas na Bahia nos últimos meses. Em novembro do ano passado, o Bahia Othon Palace Hotel encerrou suas atividades.