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Bahia teve alta acima da média nacional nos subíndices de cenário econômico, setor, empresa e contratação de funcionários
Priscila Natividade
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 06:00
- Atualizado há um ano
Os empresários baianos estão entre os mais otimistas do país com relação à retomada da economia este ano. Segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a melhora gradativa registrou na Bahia um aumento de 15,1% na variação anual, muito próximo do resultado nacional de 15%.
Nos subíndices que medem a expectativa com o cenário econômico (10,2%), setor (7,9%), empresa (4,9%) e contratação de funcionários (12,7%), o estado se destaca com crescimento maior do que a média nacional (veja no gráfico), na comparação entre janeiro 2017 e 2018.
Os números foram divulgados nesta terça-feira (23) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia (Fecomércio-BA).“A intensa recessão está declinando e voltamos mesmo que timidamente a crescer. É um otimismo moderado pelos números. O empresário hoje tem que ter a visão de que não dá para ficar chorando no pé do caboclo, se não a gente não sai nunca dessa crise”, afirma o presidente da entidade, Carlos Andrade.Virada Os índices são apurados junto a empresários do setor, com avaliações que variam de zero a 200 pontos. A comparação do mês de dezembro e janeiro também animou o varejo. Na Bahia, o crescimento ficou em 2% - o dobro da média nacional (1,1%) - que levou o estado à zona de avaliação positiva com 109,2 pontos.
Para o economista da CNC Bruno Fernandes, a trajetória da inflação no período foi o principal fator no processo de retomada de confiança, que deve viabilizar mais investimentos e geração de empregos no setor. A queda dos juros e o resultado das vendas de final de ano são outros fatores que colaboraram para o cenário mais esperançoso. “Esperamos que a economia cresça calcada no consumo das famílias e no retorno do volume de investimentos”, pontua Fernandes.
Após três anos consecutivos de queda no comércio, o otimismo é tanto que a CNC projeta um crescimento que pode ser o maior desde 2012, com alta de 5,11%. O consultor econômico da Fecomércio-BA, Fábio Pina, destaca que os segmentos de bens duráveis como automóveis e eletrodomésticos são os que mais devem se beneficiar, sobretudo, com a ampliação da oferta de crédito.
“Estamos em ano eleitoral, mas acredito que as eleições serão mais civilizadas. A recuperação é evidente. A reforma trabalhista vai contribuir muito e a retomada do emprego veio bem antes do que se esperava. Tudo isso anima bastante a indústria e o varejo”, avalia.
No entanto, ainda de acordo com ele, as reformas continuam necessárias. “O governo que irá assumir não pode perder o interesse pelas reformas. Temos que fazer a reforma tributária e a da Previdência. Elas são extremamente importantes para manter os investimentos”.
Fecomércio apoio manifesto contra veto ao Refis A Fecomércio-BA reiterou o apoio da entidade ao manifesto de empresários baianos contra o veto do Refis e defendeu o tratamento igual a pequenas e grandes empresas brasileiras. Durante a apresentação dos resultados do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o presidente Carlos Andrade disse que continuaria insistindo na “briga” para derrubar o veto no Congresso.
“Não vamos deixar Brasília quieta, não. Nós vamos brigar por isso. Já estamos nos movimentando junto ao Sebrae. É o micro e o pequeno que geram emprego e receita para o país”. Segundo Andrade, muitas empresas passaram por dificuldades por conta da crise. “O pequeno não é irrelevante nem picareta. Nós temos um problema gigantesco com essa questão do Refis. A política fiscal está errada”, acrescentou.
Nos mesmos moldes do que foi concedido às grandes organizações, o projeto do novo Refis, que estende o benefício de parcelamento de dívidas tributárias com a União aos pequenos negócios, foi aprovado por unanimidade pelo Congresso Nacional no ano passado.
Porém, a medida que diz respeito às micro e pequenas empresas foi vetada. A justificativa do governo é de que a perda na arrecadação poderia comprometer a estabilidade entre gastos e receitas e levar o governo a desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. O projeto amplia o parcelamento das dívidas fiscais de 60 para 80 meses, além de conceder perdão ou redução de juros e multa.
Desde o dia 15 de janeiro, a campanha mobiliza empresários e parlamentares para a derrubada do veto ao Refis do setor que chega a responder por 54% dos empregos formais gerados no país e por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.