Comida baiana: conheça a cozinheira que começou com R$ 100 e ganha hoje quase R$ 16 mil com as quentinhas

O que tem nessa marmita? Com entregas somente um dia na semana, Sandra Conceição criou a Sexta Baiana, restaurante delivery especializado na nossa culinária

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  • Priscila Natividade

Publicado em 8 de abril de 2023 às 08:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO

A semana mal começou, mas a segunda-feira já é dia de fazer uma boa pesquisa antes de comprar os ingredientes e colocar a mão na massa. Até quarta-feira, a dispensa precisa estar abastecida com a parte de mercearia. Tudo pronto para preparar o vatapá e o caruru? Ainda não. É só na quinta-feira de manhã, por volta das 5h, que a cozinheira Sandra Conceição sai bem cedo de casa, no bairro da Liberdade, em direção à Feira de São Joaquim para comprar os ingredientes frescos e o peixe também. Em seguida, tudo é bem temperado para ficar no ponto.  E aí, madrugada afora, a cozinha entra em plena atividade com a preparação das marmitas de comida baiana. 

Essa é mais ou menos a rotina de Sandra para garantir o sucesso das quentinhas da Sexta Baiana (@sexta.baiana). Um negócio que começou na pandemia com apenas R$ 100 no bolso e hoje já chega a fornecer cerca de 350 refeições por mês, sempre às sextas-feiras. Em média, a cozinheira chega a faturar quase R$ 16 mil com a venda das quentinhas, mas também trabalha com encomendas para eventos.  

“Já era uma tradição aqui de casa nos reunir para almoçarmos juntos comida baiana dia de sexta. Aprendi a cozinhar com minha mãe e, principalmente, a depositar todo amor que traz um sabor especial na comida. Ela nos deixou muito cedo e dei prosseguimento ao legado dela. A ideia das marmitas começou na pandemia. Montamos uma estrutura na nossa cozinha mesmo com a proposta de trazer carinho, aconchego e comida caseira”. 

A marmita de comida baiana ainda acompanha um acarajé ou abará de brinde e mais a sobremesa, sem cobrar nada a parte. “Com isso, a gente foi ‘bombando’ pela vizinhança e bairros próximos e hoje fazemos entregas até a região metropolitana. Uma boa comida baiana não pode faltar camarão juntamente com a cebola, o pão francês marinando no leite para produção do vatapá e o quiabo. E aí só aprimoramos com o azeite de dendê. A gente sabe que tem que ter dedicação e tempero na medida certa. Acredito que já nascemos com o dom, só precisamos colocar em prática que é sucesso”.  As quentinhas custam a partir de R$ 22 (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO) Inclusive, a Semana Santa representou um incremento significativo nas vendas. Foram 40 pedidos entre kits e acompanhamentos extras.“Fazemos muitas encomendas de caruru completo com rapadura, cana, os feijões temperados no camarão. Contamos, atualmente, com uma equipe de quatro pessoas na cozinha, cinco motoboys e mais alguém para nos ajudar no marketing e trazer mais público para apreciar nosso almoço. Aceitamos entregas até Lauro de Freitas”.  ‘Sextou’ Mas por que funcionar apenas um dia na semana?  Sandra responde que a sexta-feira  tem um valor muito significativo. “Eu não só gosto como amo.  Um almoço de família que foi expandindo para amigos até que veio a pandemia e consolidamos as vendas externas. Além de ser uma tradição de minha mãe que eu estou dando continuidade, tudo isso é muito importante para mim, sem dúvida”. 

As quentinhas começam a ser entregues, pontualmente, a partir das 11h30 e custam a partir de R$ 22 na versão tradicional acompanhadas de peixe ou frango e as especiais com moqueca de camarão ou mariscada por R$ 30.“Sempre trabalhei como dona de casa e ter um negócio me transformou. O que me faz feliz é saber que além de proporcionar o melhor do sabor da Bahia, consolidamos nossos clientes. Estamos nos reinventando, seja com uma sobremesa diferente ou com promoções e outras ações para atrair mais pessoas”, comenta. Em breve, a Sexta Feira Baiana pretende aderir às plataformas de entrega, a fim de agregar mais regiões de entrega. Também está nos planos de Sandra, a abertura de um restaurante para atendimento presencial, também especializado em comida baiana. “A melhor receita vai ser sempre depositar todo amor e cuidado no que a gente faz, desde a escolha dos itens de melhor qualidade até a entrega da quentinha.  Não tem sentimento melhor em saber que está dando certo”, completa. 

A RECEITA DE SANDRA

. Trazer sempre algo novo Muita gente empreendeu na pandemia e começou a fazer de tudo. Tudo isso, só aumenta a necessidade de buscar  constantemente novas ideias.  

. Tudo tem seu tempo O retorno do negócio não vem de imediato. Tenha paciência, drible as dificuldades. O importante é ir se consolidando dentro do mercado.  

. Redes Sociais Tá mundo nas redes sociais e a venda hoje começa por lá. Vale muito a pena investir nessa divulgação. Se tiver condições contrate um profissional, faça permuta ou peça ajuda de amigos e parentes para tornar seu negócio conhecido. 

QUEM É

Sandra Conceição é cozinheira e dona de casa. Ela criou o restaurante delivery especializado em comida baiana, Sexta Baiana.