Compaixão gera Autossatisfação

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • D
  • Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Compaixão transforma a compreensão da dor alheia em resultado positivo para todos os envolvidos, iniciando por nós mesmos, e, diferente da empatia, promove ação. A felicidade é a base para a construção de “tempos melhores”. O sucesso futuro é uma consequência do bem-estar subjetivo do presente, é o que mostra um estudo consagrado de 200 casos que somaram mais de 275 mil participantes, realizado pela professora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia em Riverside, Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Laura King, da Universidade do Missouri.

Os cientistas concluíram que pessoas felizes apresentam mais chances de ter ótimas relações de amizade, excelentes relacionamentos conjugais, alcançarem salários maiores, performarem melhor no trabalho, mais criatividade, mais saúde, otimismo, energia, altruísmo do que aquelas “menos felizes”. A metanálise traduziu ainda dados relevantes para ambientes corporativos, colaboradores felizes são, em média: 31% mais produtivos, vendem 37% a mais e são três vezes mais criativos.

O comportamento compassivo é uma fonte geradora de felicidade exponencial. Alguns cientistas se referem a essa experiência como sendo um efeito dual da felicidade: por um lado, ser feliz é a causa, e, por outro, é o objetivo principal da vida de todo ser humano, (ONU, 03/2021). 

Compaixão vai além da empatia.

A compaixão seria uma resposta emocional à empatia com resultados concretos. Enquanto a compaixão nos leva à ação, a empatia cria laços de identificação nem sempre favoráveis, que precisam ser bem identificados para evitar emoções negativas.

Já a compaixão é a “bondade enraizada na apreciação de outros seres humanos como pessoas reais, que também sofrem, independentemente de nossas afinidades e semelhanças” é o que mostrou o professor de psicologia C. Daniel Batson. No estudo, participantes que se colocam literalmente no lugar do outro, tendem a sentir angústia e acabam não prestando a devida ajuda ao outro.

Agir de forma compassiva é uma resposta mais objetiva, que gera uma ação apropriada, que transcende a emoção pessoal. O ato de ajudarmos ao outro gera sentimentos positivos para nós mesmos, para quem é alvo de nossa ajuda e para quem testemunha essa ajuda. Segundo pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, quando vemos alguém ajudar o outro (ou alguém) o nosso sistema nervoso simpático entra em ação, e ainda que provoque certo desconforto de início, no momento seguinte nosso sistema nervoso parassimpático é ativado, aliviando esse sentimento e nos proporcionando prazer ao observar a dor amenizada.

É preciso desconstruir antigas máximas: compaixão é ingrediente indispensável para a satisfação pessoal duradoura, além de criar um ambiente positivo, produtivo, e não por acaso, feliz. 

Sandra Teschner é pós-graduada em Neuropsicologia e Chief Happiness Officer. Fundadora do Instituto Happiness do Brasil, centro de estudos e projetos de Felicidade Intencional. É palestrante internacional, autora e empreendedora social.