CORREIO e Arquidiocese arrecadam R$ 52 mil para ajudar trabalhadores informais

208 deles receberam R$ 250 cada. Veja como ajudar na campanha

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 8 de maio de 2020 às 12:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauri Akin Nassor/CORREIO

A campanha em prol dos trabalhadores informais que atuam nas praias da capital baiana já arrecadou R$ 52 mil com pouco mais de um mês de lançada.O recurso representa um apoio de R$250 para 208 ambulantes beneficiados pela corrente do bem idealizada pela Arquidiocese de Salvador e pelo CORREIO. A campanha segue a todo vapor e novas doações ainda podem ser feitas (veja abaixo). Ela faz parte do conjunto de ações da iniciativa Salvdor Unida, uma ação do jornal para divulgar e estimular a solidariedade durante a quarentena forçada pelo coronavírus.

A meta inicial de apoiar 200 ambulantes foi superada. “Toda ajuda é sempre positiva, principalmente nesse momento desesperador que nós nos encontramos. Sabemos que é pouco, mas para quem recebe já é uma ajuda que dá para amenizar o sofrimento”, acredita o Padre Luis Simões, pároco da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, uma das igrejas à frente da campanha.

“A ideia foi muito bem recebida. Foram realmente gestos de caridade cristã. Que Deus ajude para que tudo isso passe logo e todos possam voltar a seus trabalhos. Uma coisa é certa, seremos outros homens e mulheres depois dessa pandemia, melhores, mais sensíveis, mais solidários e prestativos, e mais caridosos”, completa padre Abel, da paróquia de Santana, também envolvida no projeto que visa apoiar trabalhadores informais.  Virginia Nascimento não está conseguindo trabalhar (Foto: Acervo Pessoal) Praia Parte dos mais de 200 beneficiados, o trabalha há cinco anos com a venda de artesanato. “Vendo de porta em porta mas a praia é o meu melhor lugar porque geralmente vendo muito pra turista, então fico ali pela Barra”, conta ela. “Num mês muito bom conseguia R$ 600 e de repente não estou conseguindo trabalhar, esse dinheiro fez muita diferença,foi pra comprar comida mesmo”,diz ela, assegurando que está contando com a ajuda de parentes para manter o pagamento de as suas contas em dia.

Para o ambulante Luiz Alberto Nascimento, o dinheiro foi quase o mesmo que o conquistado em um mês de trabalho na praia. “Trabalho vendendo água e refrigerante. Por mês tirava por volta de R$ 300”, conta ele, que labuta no comércio informal na areia das praias há cinco anos. “Comprei comida e ainda consegui guardar pro aluguel do próximo mês. Foi um dinheiro que fez a diferença”, comemora.

Já a vendedora Adriane Catarino trabalha há um ano vendendo picolé e passava o dia entre as praias da Ribeira e da Boa Viagem. "Agora estou sem poder trabalhar e com esse dinheiro consegui comprar comida, fralda", fala. "Foi uma grande ajuda porque meu marido também perdeu o emprego por conta do coronavírus, então veio em uma hora de necessidade mesmo", completa ela, que agora vende os picolés para os vizinhos, na porta de casa. Adriane Catarino diz que foi "uma grande ajuda" valor recebido (Foto: Acervo Pessoal) Ainda dá tempo Quem desejar seguir ajudando pode realizar doações por meio de depósitos nas contas bancárias da Paróquia de Nossa Senhora da Vitória e na da Paróquia de Santana. As doações devem ser feitas em cotas de R$ 50. Cada voluntário pode assumir quantas cotas couberem em seu orçamento. Depois, os valores são repassados diretamente para as contas dos beneficiários. 

Segundo o padre Luís, mais um depósito nas contas dos trabalhadores informais já está garantido e será feito nos próximos dias, junto com quantos mais for possível realizar desde que garantido o mesmo valor a todos os beneficiados pelo projeto. Engajada na campanha como cidadã atenta às necessidades dos trabalhadores informais, a presidente de honra do Parque Social, Rosário Magalhães, vê o resultado obtido até aqui como positivo. “É significativo. Nesse momento toda contribuição é muito bem vinda. É muito positivo ajudar essas pessoas que agora não têm como se sustentar, são trabalhadores que desde o início tiveram que se afastar das praias onde trabalhavam e acabaram sem conseguir garantir a renda”. Rosário Magalhães (Foto: Alo Alo Bahia) À época do lançamento da campanha, dom Murilo Krieger elogiou a iniciativa.O administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador destacou que o projeto é uma expressão do sentimento de solidariedade da sociedade soteropolitana. Para ele, em momentos de necessidade como o atual, é possível enxergar a formação de dois grupos. O primeiro é composto por pessoas que tentam tirar vantagem da situação, obtendo lucro.“O segundo grupo é formado por aqueles que buscam respostas criativas para ajudar os necessitados, pois sentem como suas a dor e as carências dos demais. Deixo o primeiro grupo de lado e concentro-me no segundo que, felizmente, é mais numeroso”.

Saiba onde doar

Banco do Brasil Paróquia de Nossa Senhora da Vitória Assinam: Luís Moreira Simões de Oliveira e Emília Maria Sales Navarro de Brito  Agência 3459-2 Cc 29147-1 CNPJ 13.940.325/0001-04

Banco Bradesco Paróquia de Santana  Assinam: José Abel Carvalho Pinheiro e Roberto Fernandes Dias Conta: 54.185-0 Agência: 3266-2 Titular: Paróquia de Santana

*Com supervisão da subeditora Clarissa Pacheco