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Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 13:30
- Atualizado há um ano
Entre as várias modalidades de crimes que utilizam as novas tecnologias para vitimar um número cada vez maior de pessoas, o vishing vem ganhando destaque em razão do crescente acesso a dados pessoais disponíveis na internet ou obtidos por meio de outras ações criminosas. A expressão deriva das palavras “voice” e “phishing” e pode ser definida como golpe de engenharia social aplicado por meio de ligação telefônica realizada com a finalidade de obter dinheiro e dados pessoais, financeiros ou ligados à segurança das pessoas ou de organizações.
Os criminosos entram em contato, às vezes utilizando ferramentas para alterar o número de origem, e fornecem dados que passam à vítima uma falsa impressão de autenticidade. Em algumas situações, conseguem obter, além dos dados pessoais necessários à prática de outros crimes, vantagens financeiras, quando convencem o interlocutor a realizar transferência de dinheiro para contas indicadas em supostas condições especiais de contratação ou situações de emergência. Também pedem o código de instalação de aplicativos de mensagens e transferem a conta para outro dispositivo.
Em tempos de comunicação por aplicativos de mensagens de texto ou de chamadas de voz pela internet, cabe desconfiar de chamadas telefônicas inesperadas. Na dúvida, vale a pena procurar o número oficial da empresa e efetuar a chamada. Validar a identidade de quem liga por meio de um número que ele mesmo informe é um grande erro. O chamador fornecer seus dados pessoais não torna a chamada verdadeira, pois criminosos conseguem encontrá-los na internet. Um dado que você forneça pode ser a peça do quebra-cabeça que falta para a montagem de um novo golpe contra seus *familiares e amigos.*
O compartilhamento de dados com empresas terceirizadas vem gerando prejuízo a clientes e à imagem de grandes grupos econômicos, que subcontratam serviços como a instalação dos aparelhos de TV por assinatura. Em recente postagem do Twitter, consumidora alertou para vishing praticado por pessoas que tiveram acesso a cadastro realizado minutos antes no site oficial de uma grande telefônica. Com o assustador poder de processamento de dados atual, a custos relativamente baixos, e a massificação de ferramentas de inteligência artificial, é preciso agir com máxima cautela na hora de expor os dados pessoais, para que eles não aumentem ainda mais o acervo dos criminosos.
A transferência de valores a partir de um contato telefônico só não é mais contra indicada do que falar a senha do seu cartão do banco à pessoa que entra em contato em nome da instituição financeira. Comunique seu gerente das tentativas de vishing. Essa informação é importante para a prevenção dos golpes. O cuidado com o dinheiro depositado no banco é importante, mas a grande riqueza desta era digital são os dados pessoais, chamados de novo petróleo. Não entregue de graça algo tão valioso e que pode ser fundamental para a sua paz e para a segurança daqueles que você mais ama.
Moacir Silva do Nascimento Júnior é promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo de Crimes Cibernéticos do Ministério Público do Estado da Bahia
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores