De volta ao Brasil, David tem sondagens de outros clubes e não vai voltar ao Vitória, diz empresário

Atacante foi negociado com o Metalist, da Ucrânia, e retornou por causa da guerra

  • Foto do(a) author(a) Daniela Leone
  • Daniela Leone

Publicado em 8 de março de 2022 às 12:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Sergey Bobok/AFP e Pietro Carpi/ECVitória

Um mês depois de embarcar para a Europa, David está de volta ao Brasil. Assim como outros jogadores brasileiros, o atacante revelado no Vitória retornou ao país por causa da guerra que a Rússia declarou à Ucrânia. A invasão militar foi iniciada em 24 de fevereiro, data em que o elenco do Metalist, clube ucraniano para o qual David tinha sido negociado, estava em Antalya, na Turquia, realizando pré-temporada.   

A Copa da Ucrânia, que reúne clubes como Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev, tinha jogos das quartas de finais agendados entre os dias 1º e 3 de março. O Metalist abriria as disputas diante do Zorya. Porém, com a efetivação da guerra, as partidas de futebol foram cancelados e os jogadores estrangeiros retornaram a seus países. 

CONHEÇA O CORREIO AFRO

Apesar de estar no Brasil, David não voltará a treinar na Toca do Leão, segundo Daniel Casagrande, empresário do jogador. O atleta vai manter a forma física com um personal, enquanto ele e os agentes avaliam sondagens que receberam de outros clubes. 

"Ocorreu que houve uma negociação, houve um contrato de transferência assinado entre os clubes, houve uma rescisão de contrato, uma assinatura de um novo contrato com um novo clube. Nesse momento não cabe mais ao Vitória decidir o futuro do atleta. Quem definirá a situação será a Fifa”, afirmou o agente ao CORREIO. "Pela Fifa, que é quem rege o futebol mundial, David está livre para assinar com qualquer clube, inicialmente por um período de três meses", completou.

Na segunda-feira (7), a Fifa anunciou algumas medidas com o objetivo de proteger atletas e clubes dos países envolvidos enquanto a guerra na Ucrânia estiver acontecendo. Entre elas está a suspensão automática dos contratos de jogadores e técnicos estrangeiros com clubes da Ucrânia até 30 de junho. Não há a necessidade de ações das partes, o que permite que os atletas defendam outras agremiações durante esse período.

Revelado nas categorias de base do Vitória, David deixou Salvador com 22 anos, após 11 na Toca do Leão. Detentor de 83% dos direitos econômicos de David, o Vitória receberia do Metalist 990 mil euros (cerca de R$ 6 milhões) à vista. O time ucraniano também pagaria, em junho, o valor de 210 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão) pelos outros 17% que são divididos da seguinte forma: 7% dos agentes atuais do jogador e 10% do empresário Luciano Cortizo, que agenciou David no começo da carreira.

No negócio, também ficou acertado que o Metalist seria dono de 80% dos direitos econômicos do jogador, enquanto o rubro-negro ficaria com 20%, percentual que significa mais receita em caso de uma venda futura.

Apesar das tratativas, o Vitória ainda não recebeu o pagamento pela negociação do jogador. A reportagem do CORREIO tentou falar com o presidente rubro-negro, Fábio Mota, mas não teve sucesso. Através da assessoria de comunicação do clube, o dirigente informou que "o Vitória tem contrato de venda assinado com o Metalist e aguarda o pagamento ou manifestação do clube. Já sinalizou o Metalist sobre tal situação e também a FIFA. Está no aguardo”.