Depois de três horas parado, trem do subúrbio volta a funcionar 

Equipamento teve uma pane elétrica no domingo (24)

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  • Eduardo Dias

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 10:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Eduardo Dias/CORREIO

Após três horas sem funcionamento, o trem do subúrbio ferroviário de Salvador voltou a operar por volta das 9h40 da manhã desta segunda-feira (25). O trem, que havia sido liberado para operação no domingo (24), precisou passar por reparos após uma pane elétrica. Passageiros aguardavam a abertura das estações para o embarque. 

O trem do subúrbio atende por dia cerca 14 mil pessoas em suas 10 estações, que vão do bairro da Calçada, na Cidade Baixa, até Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. 

A parada dos trens atrapalhou a vida de quem precisa usar o meio de transporte. A pescadora Maria da Conceição, de 57 anos, por exemplo, estava em frente ao portão da estação Periperi, ainda fechada e com um aviso estampado na bilheteira de que não havia previsão para retorno do funcionamento dos trens.

Moradora de Paripe, dona Maria contou que precisou sair cedo de casa, para ir em Periperi resolver alguns problemas e preferiu ir de ônibus, por conta do compromisso ser mais cedo que o horário de início do funcionamento do trem. Mas, o que dona Maria não esperava era que, após resolver tudo que tinha de fazer na rua, sua volta para casa, de trem, não seria possível, após encontrar a estação fechada e estar com o dinheiro da passagem faltando.  

"Precisei vir no INSS em Periperi, mas preciso voltar logo para a colônia de pescadores, e estou com o dinheiro faltando R$ 0,50. Estou pedindo ajuda de algumas pessoas, se eu não conseguir, eu vou andando, o tempo de pedir carona nos ônibus já passou. Eu sou uma das muitas pessoas do subúrbio que não tem condição financeiramente para andar de ônibus todos os dias. Hoje Só tenho R$ 3,50 para voltar para casa. O trem é muito bom por essa parte, no caso, eu vim aqui em Periperi hoje, se tivesse o trem funcionando, hoje eu ia gastar somente R$ 1,00 para ir e vir. Agora, para eu ir e vir, vou ter que gastar R$ 8,00, que diferença né?", completou a pescadora. 

Empatia Apesar de não utilizar o transporte ferroviário, a assistente administrativo e também moradora de Periperi, Ida Souza, 52, aguardava o ônibus para o trabalho no ponto em frente a estação de trem do bairro e acompanhava a situação dos demais moradores que esperavam a abertura da estação do trem.

"Estou indo para o Vale de Nazaré, não costumo pegar o trem, mas eu vejo de perto essa situação aqui no Subúrbio e é lamentável. Os trens semrpe apresentam falhas e a conclusão que eu tenho é que há uma falta de manutenção neles sempre. A população daqui é muito grande, o transporte coletivo é caro, então, o trem, por ser R$ 0,50 faz uma diferença muito grande para as pessoas, que precisam se locomover. Algumas pessoas vêm pegar o trem com o dinheiro contado, é uma situação extremamente complicada", afirmou.

A CTB informou que até a próxima segunda-feira a estimativa é que tenha três trens rodando. Desde o início do mês o sistema opera somente com um trem por conta acidente com 47 feridos. 

Já a Sedur informou que o sistema opera neste momento com um trem e intervalo entre viagens de até 1h20 e sem previsão de retorno para o segundo equipamento. Um dos trens envolvidos na colisão do dia 1º de novembro foi liberado na semana seguinte e já se encontra em operação. O segundo trem envolvido na colisão segue em manutenção. A apuração sobre as causas da colisão segue em andamento.  

VLT Em breve, o sistema ferroviário do Subúrbio será substituído por um novo modal: o Veículo Leve de Transporte (VLT), que terá a responsabilidade e administração do Governo do Estado, assim como acontece hoje com os trens. O novo sistema prevê a interligação entre o bairro do Comércio, em Salvador, à Ilha de São João, em Simões Filho, na Região Metropolitana.

No total, o VLT contará com 20 km de extensão, contendo 22 estações e capacidade para transportar cerca de 150 mil usuários por dia. O modelo será do tipo monotrilho, movido à propulsão elétrica, sem emissão de agentes poluentes, e terá trens passando a cada seis minutos.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier