Deputado diz que vai colocar 'cabresto na boca' de parlamentar negra

Mônica Seixas (PSOL) pediu a cassação de Wellington Moura e de Gilmaci Santos, ambos do Republicanos

Publicado em 23 de maio de 2022 às 12:55

. Crédito: Divulgação

O deputado estadual Wellington Moura (Republicanos) disse, durante sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), para a também deputada Mônica Seixas (PSOL) que iria colocar um "cabresto em sua boca". O equipamento costuma ser usado na boca de cavalos. A agressão aconteceu quarta-feira (18).  A deputada entrou com um pedido no Conselho de Ética da Alesp pedindo a perda de mandato de Moura.

"Vou colocar um cabresto na sua boca", disse Moura. Ela retrucou :"Você não vai calar minha boca", e ele respondeu :"Vou sim".

A deputada também pediu a cassação de Gilmaci Santos (Republicanos), que no dia anterior, terça-feira (17), a chamou de "louca". Além disso, na tribuna da Assembleia, ela denunciou falas transfóbicas de um terceiro parlamentar, Douglas Garcia (Republicanos).

"Houve ofensa à dignidade e decoro da Deputada Monica Seixas em sua forma mais vil e cruel que é utilizando uma ferramenta que pessoas negras escravizadas eram submetidas para que se calassem e servissem ao escravocrata", diz o pedido.

o deputado que usou a expressão cabresto, tentou se justificar pelo uso do termo. "Quando me referi a deputada Mônica Seixas, me utilizei da palavra cabresto no contexto de dizer: algo que controla, contendo então as palavras dela na qual se utilizava para se manifestar ao deputado Douglas Garcia em um momento em que ela não poderia se manifestar (por questões regimentais)".

Gilmaci confirmou que a chamou de "louca", mas negou a agressão.

A discussão teve início no último dia 17, durante a votação que decidia a cassação de Arthur do Val. “Não calarão uma mulher preta eleita”, disse a parlamentar, pelas redes sociais.