Dólar atinge maior valor na história do real

O real se descolou de outras moedas de países emergentes, que ontem se valorizaram ante o dólar

  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 00:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

A forte apreensão com o cenário eleitoral levou o dólar a avançar 1,17%, chegando à casa dos R$ 4,20 - o maior valor nominal de fechamento do Plano Real. A indefinição sobre o rumo das eleições continuou a preocupar o mercado, que ontem  aguardava divulgação de nova pesquisa e monitorava o estado de saúde do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), submetido a nova cirurgia de emergência. Essa cautela fez a bolsa recuar 0,58%, aos 74.686 pontos, apesar do cenário externo favorável aos países emergentes. Até hoje, a maior cotação do Plano Real, implementado em 1994, havia sido atingida em 21 de janeiro de 2016, de R$ 4,17, refletindo uma decisão inesperada do Banco Central de manter a taxa Selic inalterada, quando todo o mercado esperava uma alta. O real se descolou de outras moedas de países emergentes, que  ontem  se valorizaram ante o dólar. A Argentina foi outra exceção - a moeda americana chegou muito perto de 40 pesos, o que também contribuiu para o clima de maior nervosismo por aqui. No exterior, o dólar se enfraqueceu após a Turquia decidir elevar os juros para 24% ao ano e dados de inflação dos EUA mostrarem que os preços seguem comportados no país, mesmo com a maior economia do mundo em pleno emprego. No cenário político, analistas destacam que o clima é de cautela, com os investidores aguardando a nova pesquisa do Datafolha, que será divulgada na noite de hoje, e acompanhando os rumos da campanha de Bolsonaro (PSL), que ontem teve de passar por mais uma cirurgia de emergência. O analista da gestora Bulltick em Miami, Klaus Spielkamp, disse que atende clientes de vários países da América Latina e a percepção deles em relação ao Brasil é a mesma: a elevada incerteza sobre o resultado das eleições, que pode ter a volta de um governo de esquerda ou a vitória de um nome de extrema direita ou ainda outros com perfis mais moderados. “Como o segundo colocado está muito indefinido ainda, ninguém consegue montar um único cenário do resultado, e acabam tendo que montar muitos cenários possíveis”, ressalta Klaus Spielkamp.