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Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2019 às 18:10
- Atualizado há 2 anos
O site The Intercept Brasil divulgou, no final da tarde desta terça-feira (9), o primeiro áudio com o que seria a voz do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, após os vazamentos da série de reportagens denominada Vaza Jato, iniciada há exatamente um mês e que tenta demonstrar a parcialidade de decisões da força-tarefa nas ações que tinham como principal alvo políticos suspeitos de corrupção. >
Segundo o site, o contexto da gravação é a então iminente proibição de o ex-presidente Lula, um dos presos da operação, de conceder entrevista vésperas da eleição presidencial do ano passado. >
“Publicamos agora, pela primeira vez, um áudio da conversa entre os membros da força-tarefa a respeito da guerra jurídica em torno da entrevista. Na manhã do dia 28 de setembro de 2018, a imprensa noticiou que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizara Lula a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo”, anuncia a reportagem. Ainda de acordo com o Intercept, em um grupo no Telegram, os procuradores imediatamente se movimentaram, debatendo estratégias para evitar que Lula pudesse falar. >
“Para a procuradora Laura Tessler, o direito do ex-presidente era uma ‘piada’ e ‘revoltante’, o que ela classificou nos chats como ‘um verdadeiro circo’. Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu: ‘Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”, comenta a publicação.>
“Eram 10h11 da manhã. A angústia do grupo – que, mostram claramente os diálogos, agia politicamente, muito distante da imagem pública de isenção e técnica que sempre tentaram passar – só foi dissolvida mais de doze horas depois, quando Dallagnol enviou as seguintes mensagens, seguidas de um áudio”, continua o site. >
Ouça o áudio.>
Para o site, a comemoração de Dallagnol “expõe mais uma vez sua hipocrisia e sua motivação política: antes de serem alvos de vazamentos, os procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats privados com seus colegas – a importância de uma imprensa livre, o direito de jornalistas de publicar materiais obtidos por vias ilegais e que a publicação desses materiais fortalece a democracia”. Clique aqui pra ver a reportagem completa.>