Emicida e Afrocidade fazem a comunidade do Rap e Hip Hop dançar

evento Bud Basement lota o Trapiche Barnabé para celebrar a negritude

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  • Gabriel Moura

Publicado em 6 de julho de 2019 às 22:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor
Público curtiu apresentação de banda baiana por Foto: Mauro Akin Nassor

Emicida e Afrocidade se apresentaram na noite deste sábado (6) e arrastaram com eles boa parte da comunidade do Rap e Hip Hop soteropolitana. O evento Bud Basement lotou o Trapiche Barnabé e botou todo mundo para dançar, como o casal Andressa Mascarenhas e Caio Marinho, que são fãs da Afrocidade.“A Afrocidade representa a a Bahia, misturando e reunindo todos os ritmos. E o resultado desse ‘mix’ é uma delícia. Só ouvir esse som, sentir essa energia… Não tem como se segurar”, disse Caio, que acompanha o grupo desde 2017.E é justamente essa mistura de estilos que marca o som da banda surgida em Camaçari. José Macedo, o vocalista, tem raízes no Hip hop, já outros membros do grupo buscaram suas inspirações em outras escolas. Mas a convergência entre todos os integrantes é a saudação à negritude e valorização das raízes do povo negro .

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“Nós buscamos retomar, através de nosso som, resgatar a cultura musical de Camaçari e seus quilombos, sempre nesse contexto afro-urbano. No show de hoje, por exemplo, lançamos uma nova música chamada ‘Baby, te liguei’, que fala exatamente disso. Do romance entre os negros, pois nós, pretos, temos que nos amar”, defende o vocalista. 

Já o estudante de produção cultural e rapper Wallace Cardoso, 23, conta que é fã da banda camaçariense, mas foi ao evento, principalmente, para acompanhar a apresentação do rapper paulista Emicida. Ele também se disse extremamente feliz e orgulhoso por ver um evento voltado para a música negra, entretanto lamentou a falta de mais artistas locais.“Eu acredito que quando um evento que vem de fora, como esse, chega numa cidade como Salvador precisa, primeiro, observar quem trabalha por aqui. Por mais que tenha a Afrocidade, que é baiana, acho que poderiam ter mais artistas daqui. Há uma cena independente muito forte no rap e hip hop baianos e eles deveriam ser mais valorizados por eventos como esse”, ressalta.No evento foi a primeira vez que Emicida tocou o hit Amarelo, lançada duas semanas atrás. A música, feita em parceria com Pabllo Vittar e Majur, fala sobre saúde mental e depressão.

Homenagens a João Gilberto A celebração aconteceu com ressalvas. Isso porque calhou do falecimento de João Gilberto ocorrer no mesmo dia da festa. Contudo, apesar do show ser de rap e hip hop, o ícone da Bossa Nova não deixou de ser lembrado.

“Apesar dele ser ter um estilo musical diferente do nosso, ele não deixa de ser uma inspiração e todos nós compreendemos sua importância. Como o falecimento foi muito recente, em cima da hora do show, não deu tempo de prepararmos uma homenagem musical, tocando uma das suas canções. Mas, no palco, faremos verbalmente o tributo a esse mestre da música mundial”, contou o vocalista da Afrocidade José Macedo. 

O Bud Basement, na Copa América de 2019, está repetindo a fórmula de 2018, na Copa do Mundo, como um local para quem deseja acompanhar os jogos e, após as pelejas em campo, curtir uma apresentação musical. A programação para a final da competição hoje terá o comando da cantora pernambucana Duda Beat, além de participações de Clariana e Menina Veneno.

*Com orientação do editor Donaldson Gomes