Escritora britânica Hilary Mantel morre aos 70 anos

Autora de trilogia premiada sobre Thomas Cromwell, iniciada com Wolf Hall

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  • Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 08:09

. Crédito: Reprodução

A escritora britânica Hilary Mantel, mais conhecida por uma trilogia sobre Thomas Cromwell, morreu na quinta-feira (22), aos 70 anos, informou nesta sexta a sua editora. A causa da morte não foi divulgada.

"É com grande tristeza que a Harper Collins anuncia que a autora de best-sellers Hilary Mantel morreu em paz, rodeada de familiares e amigos próximos, [quinta-feira] com 70 anos de idade", diz a mensagem. "Nossos pensamentos estão com os amigos e a família dela, especialemnte o marido, Gerald".

O agente que acompanhou Mantel ao longo de sua carreira, Ben Hamilton, afirmou que trabalhar com ela foi um privilégio. “A sua sabedoria, audácia estilística, ambição criativa e a sua fenomenal compreensão histórica tornam-na uma das grandes romancistas do nosso tempo”, disse ao The Guardian. “Havia sempre em torno dela uma aura de quem não pertence a este mundo, uma vez que ela via e sentia as coisas que nós, simples mortais, geralmente não víamos, mas quando ela percebia que o confronto era necessário, ela ia sem medo para a batalha.”

Mantel ganhou o Booker Prize duas vezes, por Wolf Hall, o primeiro livro da trilogia sobre Cromwell, e pela continuação de 2012, Tragam os Corpos. A conclusão da trilogia, O Espelho e a Luz, foi publicada em 2020, também recebendo aclamação da crítica. 

Hilary Mantel nasceu em 6 de julho de 1952 em Glossop, na Inglaterra. Ela se formou em direito pela Universidade de Sheffield e trabalhou como assistente social depois de formada. Em 1972, ela casou com Gerald McEwen e os dois se mudaram para Botswana, onde viveram por cinco anos. Depois, passaram quatro anos na Arábia Saudita, antes de voltarem para o Reino Unido na década de 1980.

Ela escreveu doze romances e duas coletâneas de contos ao longo da carreira. Sua obra mais famosa é a trilogia que conta a história de Cromwell, ministro de Henrique VII, de maneira romanceada. Wolf Hall foi considerado pelo The Guardian o melhor livro do século XXI, em lista publicada em 2019.

O crítico Christopher Taylor disse que o livro foi “escrito de forma lírica, mas ao mesmo tempo limpa e arrumada”, “imaginado de forma sólida, mas ao mesmo tempo com ressonâncias assustadoras e às vezes muito divertido”. “Não é parecido com nada do que existe na ficção contemporânea britânica”, ressaltou.