Especial Hackathon+Salvador: Emoção, aplausos e gosto de vitória na cerimônia de premiação

Durante o encerramento da maratona de inovação, a plateia fez perguntas e o ativista cultural Clarindo Silva defendeu a herança ancestral do Centro Histórico

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  • Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2017 às 07:44

- Atualizado há um ano

Os 50 competidores, com os grupos vencedores à frente (Foto: Betto Jr./CORREIO)A cerimônia de premiação que marcou o encerramento do Hackathon+Salvador parecia final de campeonato. Pelo menos para o agitador cultural Clarindo Silva, a vitória do projeto Viva Pelô teve ares de título de Copa do Mundo. Aos gritos de “Eu sou pé quente!”, o dono da Cantina da Lua comemorou, com vigorosos pulos, a escolha da proposta que sugeriu a transformação dele mesmo e de outros membros da comunidade do Centro Histórico em “anfitriões culturais”, valorizando essa turma.

A animação do público que compareceu ao salão nobre da Faculdade de Medicina em pleno final de tarde de domingo começou ainda nas demonstrações dos projetos, mesmo que o tempo de cada time fosse de apenas três minutos, como manda o formato pitch (apresentações relâmpagos). Antes dos pitches começarem, um vendedor de pipocas empreendedor, vivido pelo ator Bruno Fontes, levou a plateia às gargalhadas.

O encerramento da premiação aconteceu com discurso do diretor-executivo do CORREIO, Roberto Gazzi, que enfatizou que “as propostas apresentadas  resultarão, certamente, em avanços para Salvador e em mudanças para o bem da cidade”.Enquanto os jurados deliberavam para escolher os três projetos premiados, a plateia, estimulada pelo CEO da Rede+, Rodrigo Paolilo, que fez às vezes de showman, aproveitou para se manifestar e elogiar a iniciativa. A cerimônia virou um talk show e Clarindo Silva, contando histórias sobre o Centro Histórico, evocou a ancestralidade africana e a herança cultural da região. Já Eliana Pedroso, da Diretoria de Gestão do Centro Histórico, sugeriu que no próximo hackathon os maratonistas da vez passem uma semana imersos na realidade da comunidade local.

Os troféus em forma de luminária, que foram criados pelo arquiteto Ed Vasco, foram entregues por Rodrigo Paolilo, Roberto Gazzi e por Rogério Teixeira, do Sebrae-BA. Na hora da foto dos premiados, o palco ficou pequeno para os 15 integrantes dos três grupos vencedores e para os outros 35 participantes da maratona.Soluções para a comunidade

Nem sempre é possível medir o valor de uma ideia. Mas a proposta do Hackathon era a de premiar aquelas que melhor apresentassem modelos de negócios capazes de servir como propostas de soluções para os principais problemas vividos pelos moradores, comerciantes e empresários do Centro Histórico.

A partir de uma pesquisa com esses públicos foram elencadas demandas de soluções para os seguintes temas: Governança, Mobilidade/Acessibilidade, Turismo, Cultura (Patrimônio Histórico) e Vida Empreendedora (Economia Criativa).

No tema Governança, o desafio dos participantes era o de sugerir e criar instrumentos de gestão do Centro Histórico que possibilitassem o desenvolvimento cultural e socioeconômico, ao mesmo tempo em que se preservasse o patrimônio local.

Em Mobilidade, os marotonistas tinham de pensar formas de acesso à região, prevendo desde sinalização e estacionamento até alternativas de transporte, tanto para os moradores quanto para turistas que queiram visitar a área. Para o tema Turismo, os projetos tinham que cumprir o objetivo de envolver as comunidades locais e criar maneiras de o potencial econômico da região ser utilizado de forma sustentável.

No quarto eixo temático, Cultura e Patrimônio Histórico, os participantes eram obrigados a focar em alternativas para que as manifestações culturais e a história do Pelourinho e vizinhança sejam mais valorizadas, ajudando os soteropolitanos a resgatarem o orgulho pelos monumentos locais.O quinto tema a ser trabalhado pelos competidores do Hackathon foi o de Vida Empreendedora. Aqui, o desafio foi o de criar meios de estimular, fomentar e desenvolver negócios que movimentem a economia local. Premiação

Diversos prêmios e incentivos estavam em disputa: bolsas de estudo e viagens para eventos na área de inovação e empreendedorismo. Mas, independentemente da premiação, todos saíram vencedores. E a cidade ganhou um acervo de projetos com ideias que poderão ser aplicadas para solucionar alguns de seus problemas. Os competidores tiveram a oportunidade de participar de uma experiência inovadora, conhecendo a fundo algumas das demandas socioeconômicas da população de Salvador.

Já o público que acompanhou o evento, assistiu a uma batalha de ideias pouco comum na história da capital baiana.

As ideias premiadasRotas da inovação

E se depender da prefeitura, os projetos têm chance de sair do campo das simulações para a realidade. É que, na abertura do evento, no sábado (15), Eduardo Leite, diretor de Transportes da Secretaria de Mobilidade (Semob), anunciou que pretende encaminhar as sugestões de acessibilidade para a equipe que está construindo o Plano de Mobilidade da capital. Além disso, independente das três ideias vencedoras, a Diretoria de Gestão do Centro Histórico tem interesse em analisar as dez apresentadas.

Para estimular os competidores, o secretário de Cidade Sustentável e Inovação (Secis), André Fraga, divulgou os editais de incentivo para startups, lançado pela prefeitura, Senai Cimatec e Sebrae-BA, no último dia 14.

Até dezembro, segundo Rodrigo Paolilo, CEO da Rede+, a capital terá um calendário de eventos sobre inovação e empreendedorismo. Em agosto e setembro, acontecem os seminários do Fórum Agenda Bahia 2017. Também em setembro, a capital baiana sediará o 1776 Challenge CUP 2017, competição mundial de startups. Ainda este ano, abriga a Bankko Challenge, com capacitação para empreendedores de novos negócios e presença de investidores.

Outras ideias inovadorasAgenda Bahia 2017 

O Hackathon+Salvador abriu o fórum Agenda Bahia 2017, que em sua oitava edição tem como tema central o mote Tempos de Mudança. Este ano, ocorrerão ainda dois seminários, Cidades, em 29 de agosto, e Conexões, em 30 de setembro. No seminário Cidades serão abordados assuntos como infraestrutura, sustentabilidade, moradia, turismo e agronegócio.

Já Conexões discutirá produtividade, liderança e inovações tecnológicas. A programação dessa edição também abrirá espaço para as artes plásticas. Um artista convidado deverá criar uma obra de arte coletiva com o público dos seminários e depois doá-la para Salvador.

Iniciado em 2010, o Fórum Agenda Bahia é promovido pelo CORREIO e possibilita encontros entre empresários, especialistas de diversas  áreas e representantes do poder público e da sociedade civil, para debater o desenvolvimento econômico e social do estado,  com foco em inovação, competitividade, sustentabilidade, fomento a novos negócios e qualificação profissional. Em sete edições,  o evento atraiu 7 mil pessoas.  

Apoios

O Hackathon+Salvador é um oferecimento do Fórum Agenda Bahia, com realização do CORREIO e da aceleradora de startups Rede+, o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e o apoio da Rede Bahia, Faculdade de Medicina da Ufba, IHAC Lab-l, Sebrae, Loygus, Life Finanças Pessoais, SuperGeeks, Tours Bahia, Pizza Hut, Monterrey, Revita, Trio, do arquiteto e urbanista Ed Vasco e do personal trainer Renato Figueiredo.*Com reportagem de Alexandre Lyrio, Andreia Santana, Carol Aquino, Luan Santos e Saulo Miguez[[saiba_mais]]