Estudantes de Paripe criam aplicativo para ajudar em denúncias de violência contra a mulher

Veja como baixar a plataforma, que é gratuita e está disponível para Android

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  • Bruno Wendel

Publicado em 9 de abril de 2019 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/CORREIO

Denunciar um caso de agressão não é fácil - prova disso, é que cerca de 40% das mulheres que têm essa coragem desistem e não retornam à delegacia depois, para dar continuidade ao caso. Com o objetivo de orientar as mulheres vítimas de violência a a denunciar as agressões, os estudantes Alan Robert do Carmo, 17 anos, e Carlos Eduardo Soares, 18, criaram o aplicativo ‘Conscientizando’. Os dois meninos são alunos do 3º ano do ensino médio no Colégio Estadual Sete de Setembro, no bairro de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

O aplicativo pode ser baixado em qualquer celular Android e traz como conteúdo inicial a Lei Maria da Penha – que foi sancionada em 2015 e é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. Além disso, o app tem um canal de denúncia.“Tivemos a ideia durante um projeto cujo tema no passado foi a violência contra a mulher. Então, resolvemos criar o app, que é uma forma de comunicação mais sensível para as pessoas entenderem, que serve para incentivar a denúncia. Apesar de existir o Disque 180, Central de Atendimento à Mulher, as mulheres desconhecem o serviço ou têm medo”, explica Alan.O app tem a versão bilíngue (Português/Inglês) e podem ser feitas denúncias sob anonimato. “Além disso, tem os tipos de violência, relatos atualizados, telefones de todas as delegacias especializadas em atendimento à mulher no país”, completa.

Quando criaram o app, em março do ano passado, os estudantes não tinham noção da abrangência. Hoje, já somam mais de 2 mil acessos – 99% no Brasil e 1% nos Estados Unidos. “A Bahia foi o estado que deu mais acesso, 80%. Neste universo, Salvador foi responsável por 90% dos acessos. Os 10% que restavam foi em Feira de Santana”, declarou Carlos. App foi lançado em março do ano passado e tem a maior parte dos acessos em Salvador (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)