Ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras é preso em nova fase da Lava Jato

A Operação Cobra cumpre 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em mais três estados

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  • Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2017 às 08:35

- Atualizado há um ano

A Polícia Federal, por meio da Delegacia de Combate a Corrupção e o Desvio Verbas Públicas (DELECOR/SR/PF/PR), deflagrou nesta quinta-feira (27) a Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato. O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine foi preso.

Também são alvo operadores financeiros suspeitos de operacionalizarem o recebimento de R$ 3 milhões de reais em propinas pagas pela Odebrecht em favor do ex-presidente da Petrobras.

A operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, é preso em nova fase da Lava Jato (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)Bendine esteve no comando do BB entre 17 de abril de 2009 e 6 de fevereiro de 2015, e foi presidente da Petrobras entre 6 de fevereiro de 2015 e 30 de maio de 2016. De acordo com o MPF-PR, existem evidências de que ele pediu propina à Odebrecht AgroIndustrial.

“Numa primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões realizado por Aldemir Bendine à época em que era presidente do Banco do Brasil, para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial. Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que celebraram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, teriam negado o pedido de solicitação de propina porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil”, diz a nota

Além disso, segundo o MPF, “há provas apontando que, na véspera de assumir a presidência da Petrobras, o que ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. Desta vez, as indicações são de que o pedido foi feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.”

Segundo as investigações realizadas até este momento, o ex-presidente das instituições mencionadas e pessoas a ele relacionadas teriam solicitado vantagem indevida em razão dos cargos exercidos para que o Grupo Odebrecht não viesse a ser prejudicado em futuras contratações da Petrobras e, em troca, o grupo empresarial teria efetuado o pagamento em espécie de ao menos R$ 3 milhões.

Aparentemente estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão do então presidente do Grupo Odebrecht.

O nome da fase é uma referência ao codinome dado ao principal investigado nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.

Veja os mandados em cada estado:

Brasília (DF):02 mandados de busca e apreensão

São Paulo (SP):01 mandado de prisão temporária04 mandados de busca e apreensão(2 em São Paulo, 1 em Sorocaba e 1 em Conchas)

Rio de Janeiro (RJ):01 mandado de busca e apreensão

Pernambuco (PE):02 mandados de prisão temporária04 mandados de busca e apreensão(3 em Recife e 1 em Ipojuca)