Fechamento de Fafens é adiado para janeiro de 2019, anuncia Petrobras

Hibernação das fábricas na Bahia e Sergipe estava marcada para esta quarta

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 15:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

A hibernação das Fábricas de Fertilizantes da Petrobras, as chamadas Fafens, em especial as localizadas nos estados da Bahia e Sergipe, foi adiada para o dia 31 de janeiro de 2019, exatamente 3 meses após a data prevista para o fechamento, que aconteceria nesta quarta-feira (31).

Por meio de nota, divulgada nesta terça (30), a estatal afirmou que continua avaliando as alternativas à hibernação (inatividade) junto aos governos e federações das indústrias do Estado, “de modo que se faz necessário este tempo adicional para a conclusão da análise das alternativas à hibernação, desde que mantidos os níveis mínimos de rentabilidade”.

No mesmo documento, a Petrobras declarou que “dentre as alternativas consta um possível processo de arrendamento das fábricas a terceiros”, viabilizado por meio de futuros acordos que serão comunicados em breve ao mercado.

No entanto, a liminar proposta pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), por meio de uma Ação Popular em trâmite 13ª Vara Cível da Justiça Federal da Bahia, ainda está pendente de julgamento pelo magistrado Carlos d’Ávila Teixeira.

Privatização indireta A categoria questiona a legalidade do processo de hibernação das Fafens, alegando que se trata de uma manobra de “privatização indireta” e que todo o processo depende de uma autorização legislativa.

O termo foi utilizado pelo advogado de defesa do sindicato, Angelo Remedio, segundo o qual a permanência da estatal na área de fertilizantes é estratégica para o país.“O Brasil possui como uma das principais atividades econômicas o agronegócio e, com a venda das Fafens, ficaríamos totalmente reféns da exportação de fertilizantes deixando nossa produção interna à mercê de fatores externos”, destacou.O advogado também explicou que as Fafens são, atualmente, “responsáveis pelo abastecimento das indústrias, geração de empregos diretos e indiretos no país, além de arrecadação fiscal para o Estado”.

Desta forma, para ele, o fechamento das fábricas e a futura venda de ativos vai causar um prejuízo no mercado de trabalho e, consequentemente, na economia.

Prejuízos Quando foi anunciado o processo de hibernação das Fafens na Bahia e em Sergipe, a Petrobras afirmou que, em 2017, a fábrica baiana, localizada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, apresentou resultado negativo de cerca de R$ 200 milhões. Já a Fafen-SE apresentou resultado negativo de cerca de R$ 600 milhões no último ano.

A Petrobras tem três fábricas de fertilizantes nos estados da Bahia, Sergipe e Paraná. Em março deste ano, a empresa decidiu “hibernar” a produção das unidades baiana e sergipana, como forma de alinhamento ao Plano Estratégico da companhia para a gestão 2018-2022.

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro.