Fernanda Lima segue quebrando tabus com leveza no Amor & Sexo

Com reforço no elenco, programa aprofunda debates sobre comportamento e política

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  • Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 06:20

- Atualizado há um ano

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Liberdade, bom humor e naturalidade. É com esse tom que Fernanda Lima, 41, pretende continuar levando a vida e também o Amor & Sexo, programa que está sob seu comando há quase dez anos. Temporada a temporada, a atração vem mostrando frescor ao debater temas como  masculinidade, corpo, família, feminismo e discussão de gênero.  Sim, os assuntos têm se repetido ao longo dos anos, mas o jeito de abordar tem ficado cada vez melhor. Quem quiser conferir, basta assistir a um dos dez episódios dessa temporada, que vai ao ar às terças-feiras. 

Para a apresentadora, o grande destaque esse ano é o lugar que tem o debate. “O debate se tornou mais rico, toma mais tempo do programa e dá a chance de os assuntos se assentarem para poder ter vários pontos de vista”, opina ela, que também destaca os momentos divertidos vividos ao lado do elenco.  Esse ano, a filósofa Djamila Ribeiro vai para bancada e se junta aos atores José Loreto, Mariana Santos, Eduardo Sterblitch, ao figurinista Dudu Bertholini e à sexóloga Regina Navarro Lins. Quem também reforça o time do Amor & Sexo nessa temporada é a blogueira e escritora Milly Lacombe, no roteiro, e a ex-The Voice Mylena Jardim, que assume os vocais da banda base.  Elenco ganha reforços nessa temporada: a cantora Mylena Jardim, a blogueira e jornalista Milly Lacombe e a filósofa Djamila Ribeiro (Foto: Divulgação/ TV Globo) “Tem programas mais leves, mais picantes, focados no sexo, outros programas focados no amor, no comportamento amoroso, nas dores do amor. Tem um  sobre felicidade que eu adoro! Cada um tem a sua cereja, estão muito poderosos”, adianta a apresentadora.Política Se corpo é política, Fernanda Lima celebra a posssibilidade de, em tempos de ânimos acirrados, ter garantido um espaço para diálogos amorosos e debates cuidadosos e gentis, mesmo divergentes.  “Vivemos um período nebuloso. Por isso, esta é a temporada mais importante de nossas vidas”, defende a apresentadora, que se mostra apreensiva com os discursos de ódio e o conservadorismo intolerante que tem crescido no país. Comportamentos que estão sendo discutidos nas redes sociais e nas ruas e que chegam confusos a boa parte da população, são tratados com cuidado pelo programa.  “A gente tentou dar didatismo e explicar tudo com amor, afeto e representatividade. Somos contra machismo, racismo e qualquer forma de opressão”, posiciona-se o redator final, Antônio Amâncio. “Nosso principal desafio foi achar o tom para que a gente consiga, com as nossas ideias e propostas de show, fazer com que todo mundo queira assistir, independentemente de suas posições. É um programa muito agregador nesse sentido e isso me emociona. Quando a gente traz algo que toca a todos, a gente não precisa separar ninguém. A gente fala com todo mundo”, complementa Fernanda.  A missão faz com que todos aprendam e se transformem a cada encontro. Caso de Eduardo Sterblitch, que já diz querer ter um filho drag queen. “Sem dúvida o programa me fez um ser humano melhor. Meu sonho é ter um filho drag queen e é verdade! As pessoas riem quando eu digo, mas é verdade.  Eu sempre fui um cara muito liberal, mas agora faz todo sentido isso”, comenta o humorista.  A cada episódio, serão abordados temas ligados ao amor e sexo, mas também ao comportamento, política e cultura de modo mais amplo  (Foto: Ney Coelho/ TV Globo) “A atração tem essa pegada de provocar, de tocar nas pessoas, fazer todo o mundo pensar. Dessa vez eu me sinto ainda mais dentro desse projeto. Vou ficar pelado e sem tarja. Me redescobri “, adianta ele, que ganhou o apelido carinho de “bunda magra” pela equipe. A atriz Mariana Santos destaca que apesar de parecer que tudo já foi falado, nunca é demais abrir espaço para o diálogo. “Precisamos tocar em muitos pontos ainda. Tenho orgulho de colocar meu humor e o meu estilo”, comenta. O retorno também é sentido nas ruas. No aeroporto, em shoppings ou supermercados, Fernanda costuma ser abordada por pessoas agradecendo pelo programa ter transformado suas vidas  e relações. Fernanda Lima: a cada ano mais desenvolta à frente da atração  (Foto: Ney Coelho/ TV Globo) “Acho que tem um impacto muito grande, muita gente não consegue ter nenhum tipo de diálogo em relação à sexualidade dentro da sua própria casa. Isso não é julgamento, é uma realidade. Quando a gente fala de aceitação de minorias, a gente está falando de um processo muito solitário, muito sofrido mesmo, porque muitas famílias não sabem lidar, muitas famílias jogam para fora de casa, batem, abusam. Estamos falando de coisas muito sérias e solitárias. Então, quando a pessoa entende que não há nada de anormal, que ela só é diferente e que isso não dá direito de ninguém violentá-la, acho que a gente faz o nosso papel”, defende Fernanda, para quem se o programa contribuir para melhorar a vida de uma pessoa, já terá valido a pena. “Se essa pessoa dormir melhor, acordar mais potente, com mais certezas a partir das coisas que a gente compartilha ali, para gente já serviu. Quando o programa vai ao ar, se a gente conseguir ajudar uma pessoa que está lá longe, em um canto qualquer do Brasil, sem acesso ao diálogo, sem apoio, sem comunicação, para gente já está valendo”, complementa, feliz e orgulhosa.

*A jornalista viajou a convite da TV Globo