Festa do Bonfim mistura sagrado com profano e antecipa Carnaval em Salvador

Teve minitrio, axé e pessoas pulando que nem pipoca

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  • Gil Santos

Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 19:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

Parecia até festa de camisa. De cima, a multidão de fiéis que participou da procissão do Senhor do Bonfim, nesta quinta-feira (17), parecia um tapete branco. Lá embaixo, a fé, no entanto, era celebrada de maneiras bem variadas. Oração, concentração, minitrio, axé, pagode, pessoas pulando que nem pipoca e até três latas de cerveja que estavam na promoção, por R$ 5. Teve tudo que é gente. Fiéis e foliões inovaram nas atrações (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Esse tipo de festa deveria desembarcar em Salvador em março, mas, segundo um grupo de amigos que gritava a plenos pulmões: já é carnaval, cidade. A festa de rua mais famosa do país se adiantou e se misturou com a celebração religiosa. Pagode agitou a multidão (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Quem passou pelo bairro do Comércio, por volta das 10h30, viu uma multidão pulando que nem pipoca em torno de um minitrio. "Ah! Imagina só que loucura essa mistura" e continuaram “Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia. De todos os santos, encantos e axé. Sagrado e profano, o baiano é Carnaval”. Todos dançavam e cantavam a música "Chame Gente", um hino da festa. Gurpos agitaram os foliões que relembraram o carnaval (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) As turistas de Minas Gerais Elaine Gouveia, 28 anos, e Helena Moraes, 27, adoraram o que viraram. “A gente sempre ouviu falar que baiano é festeiro, mas não imaginávamos que teria um Carnaval dentro da procissão”, brincou Elaine, enquanto recuperava o fôlego. Público caiu na folia (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Todo soteropolitano sabe que, depois do cortejo do Senhor do Bonfim, pequenos grupos se concentram ao longo do percurso com música e bebedeira, mas, este ano, o lado profano começou mais cedo. O andor com a imagem do santo ainda estava nas ruas quando os minitrios e carrinhos de café com sons pra lá de potentes arrastaram multidões. Devota se vestiu de verde e amarelo (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Houve quem criticasse o comportamento dos foliões prematuros e quem apoiasse a brincadeira, desde que ela ocorresse distante do andor. Bandas de percussão e rodas de capoeira também animaram a festa, que só terminou na subida da Colina Sagrada - quer dizer, mais ou menos.

É que a folia serviu de esquente para uma multidão que, às 18h30 - portanto mais de 10h depois do cortejo sair e 5h depois dele acabar - ainda estava por lá, fazendo uma festa, num 'teile e zaga' frenéticos. E eles garantem: ano que vem tem mais.