Governo da Bahia libera eventos com até 100 pessoas no estado

Rui Costa afirmou que liberações vão acontecer "progressivamente" e serão avaliadas

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  • Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 10:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Camila Souza/ GOVBA

Eventos com até 100 pessoas podem voltar a acontecer na Bahia, após alteração publicada nesta quarta-feira (2) no Diário Oficial da Bahia, que modificou um decreto de março sobre o tema. Todos os eventos precisam de autorização prévia pelo poder público de cada cidade. Em Salvador, ainda não há uma decisão em relação à liberação dos eventos pelo governo do estado - nesta quarta-feira (2), o prefeito ACM Neto (DEM) está em Brasília.

No decreto de 27 de março deste ano, o nono artigo determinava a suspensão em toda a Bahia, até 13 de setembro, de eventos e atividades com presença de público superior a 50 pessoas, "tais como: eventos desportivos, religiosos, shows, feiras, circos, eventos científicos, passeatas e afins, bem como aulas em academias de dança e ginástica". A alteração determinada hoje dobrou este número.

O mesmo artigo determinava em outros incisos suspensão das atividades letivas, funcionamento de zoológicos, museus e teatros, o que segue inalterado.

"Faz parte desse processo nosso de paulatinamente ir flexibilizando. O decreto anterior era de 50 pessoas. Como estamos numa fase de ir dando passo a passo, ir liberando atividades, resolvemos subir um pouco para ir monitorando e liberando paulatinamente. Vamos fazendo isso progressivamente. Com o passar dos dias, das semanas, vamos avaliando", afirmou o governador Rui Costa nesta manhã, durante evento de entrega da reforma de uma unidade de emergência em Pirajá.

O governador destacou que os números da covid-19 são descendentes na Bahia. "O número de óbitos era para estar ainda mais baixo, mas estamos tendo que lançar diariamente números que não foram lançados na data correta por diversos municípios", afirmou. "Estão aparecendo casos antigos e a gente tem que divulgar, naturalmente. Se não fosse esse represamento, nós hoje estaríamos na faixa de 30 óbitos diários", disse, afirmando que ainda é um númeor alto e que as pessoas devem continuar mantendo todos os cuidados.

O secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, também falou da decisão de permitir eventos com mais pessoas. "O que é explica é o fato de aqui na região Leste, principalmente, ter havido uma redução da taxa de transmissão para em torno e baixo de 1%. Isso permite que a gente comece a permitir alguns tipo de reuniões, desde que respeite as regras de distanciamento, de afastamento das pessoas uma das outras", afirmou.

Ele disse que o governo não terá problemas em voltar atrás se perceber que se antecipou. "Existe regramento para esses encontros. Você não pode fazer evento musical, peça, com uma pessoa encostada na outra. Desde que você tenha a obediência aos regramentos...A  gente vai testar. Se der errado, a gente volta atrás, não tem problema nenhum. Se a gente perceber que voltou a subir é só voltar atrás", finaliza.

Infectologista do Couto Maia, Fábio Amorim alerta que fazer eventos com duas pessoas já é arriscado por conta da facilidade com a qual o vírus se espalha. Por outro lado, o especialista afirma que uma hora será necessário fazer algumas concessões para que a vida siga dentro na normalidade.

Segundo Amorim, durante esses quase 6 meses de enfrentamento ao coronavírus os médicos baianos e demais profissionais de saúde adquiriram uma maior experiência de como lidar com a enfermidade e isso é um fator a ser levado em consideração na hora de começar os processos de reabertura.

"Diferente de outros estados, a Bahia não entrou em colapso e não deixamos de ter vaga em unidades fechadas para ninguém. No entanto, existe o risco porque não sabemos se haverá uma segunda onda e a partir do momento que você aglomera um maior número de pessoas em ambientes confinados a chance da gente ter alguém assintomático transmitido a doença para outras pessoas é grande", disse.

Essa reabertura precisa contar com protocolos rígidos como o uso de máscaras e higienização constante das mãos, por exemplo. "Acreditamos que com isso os cuidados, atendimento e condições serão melhores. Então temos que abrir mesmo para ver o que acontece", afirma o médico.