Inteligência artificial chega à classe média em casas conectadas

Produtos já estão no mercado, a partir de R$ 99

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 4 de agosto de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Cansado, após um dia exaustivo no trabalho e no trânsito, você chega em casa. As luzes estão azuis para ajudar no relaxamento. A TV, no seu canal favorito. O ar-condicionado, perfeitamente em 20°C. Para completar, um chá quentinho te espera no micro-ondas.  Parece cena de filme. Já foi,  até de forma semelhante. Mas ela é real e ao alcance de parte da população brasileira. Os produtos para casa inteligente, parte da chamada Internet das Coisas ou IoT (sigla em inglês) já estão no mercado nacional por preços a partir de R$ 36 e devem se multiplicar até o início de 2020. A chamada ‘casa conectada’ foi o principal assunto da 14ª edição da Eletrolar Show, maior feira de bens de consumo da América Latina, que aconteceu na última semana, em São Paulo. “A gente está atingindo um novo setor de automação, o que a gente chama de ‘faça você mesmo’. Você vai numa prateleira de uma loja especializada, até mesmo num supermercado. Você vai comprar ali uma tomada, uma lâmpada normal, vai chegar na sua casa, colocou na tomada e, pelo Google Home, você já programa ele para ligar quando a temperatura chegar em determinado grau ou em determinada hora”, explica João Paulo Rezende, gerente de áudio e vídeo da Semp TCL.  Os produtos da empresa, por exemplo chegam ao mercado em novembro, entre R$ 99 e R$ 400. Serão lâmpadas inteligentes (que podem acender na cor desejada pelo comprador), smart plugs (que fazem qualquer eletrodoméstico conectar numa rede wi-fi), câmeras e sistemas de centralização de controles infravermelhos, entre outros.  Outras marcas, como a i2GO, a Geonav e a Elsys também irão disponibilizar produtos semelhantes, muito simples de instalar e de mexer. Os comandos podem ser feitos por voz, usando Google Assistant, Alexa ou Siri, e com configurações de cenários ilimitadas. O usuário pode estabelecer horário para ligar/desligar, condicionar à temperatura ou ao consumo de energia.

Pode comprar  Mas o futuro já chegou para a Positivo, a Xiaomi e a Orvibo, esta última apenas para empresas. Elas já colocaram os produtos de IoT nas lojas. O Positivo e a Xiaomi, contam com kits de segurança, com diversos sensores. A Orvibo tem até um espelho inteligente: é possível assistir um vídeo e se maquiar ao mesmo tempo. Para ter uma casa conectada, não é preciso muito. O básico é ter uma rede própria, com wi-fi. Depois, é só adquirir alguns dos produtos e baixar aplicativos referentes. O futuro é agora.

Alguns produtos de casa conectada

Sensor de janelas e portas

Com ele, o usuário sabe quando uma porta ou janela for aberta em casa. E dá para saber de qualquer lugar que o usuário esteja. Ele emite um alarme no celular, avisando que a porta ou janela foi aberta. Também pode ser usado em gavetas, por exemplo, para evitar que alguém pegue um remédio ou um objeto que não deveria (claro, não substitui uma chave). A parte maior do sensor é acoplada em um lado e a parte menor no outro, ‘fechando a rede’ entre os dois. Quando a conexão é perdida, o alarme á soado. Também pode ser criada uma situção chave: em caso de abertura de determinada janela, o ar-condicionado é desligado.

Câmera wi-fi: interna ou externa

As opções são muitas, com ângulações e movimentos distintos. Já são mais conhecidas em redes isoladas, tipo babá eletrônica. No caso das câmeras wi-fi para casa conectada, elas podem visualizar ângulo de 120°, ter movimentação 360º e são dual áudio. Ou seja, o usuário, pelo celular pode ouvir e ser ouvido por quem está no cômodo com a câmera. É uma boa opção para segurança à distância, como também para monitoramento de crianças, bichos de estimação e na prestação de determinados serviços. De qualquer lugar, é possível ver o que acontece.

Sensor de movimento

Em sua versão mais conhecida, o sensor de movimento é usado para automatizar o acendimento de lâmpadas. Agora, ganha um aperfeiçoamento. Já na versão wi-fi, ele serve para disparar um alarme, que irá diretamente para o celular do usuário. Nesse caso, o dono do imóvel, por exemplo, pode acessar pelo aplicativo as câmeras instaladas para saber o que disparou o sensor de movimento. Existem diversos outros sensores que entrarão no mercado nos próximos meses: sensor de gás, de monóxido de carbono e até sensor de alagamento. As marcas, como Geonav e i2GO, também oferecem sirenes que disparam em caso de acionamento dos sensores.

Mini hub 

É quem centraliza todas as conexões wi-fi da casa e se conecta com o celular do usuário. No caso da Orvibo, ela utiliza uma espécie de de rede particular para os aparelhos,  chamada Zigbee. A intenção da empresa, em particular, é que uma rede própria, diferentemente da wi-fi, só ligaria os aparelhos da automação, dando maior velocidade na resposta ao usuário. O mini-hub, nesse caso, é responsável por criar a rede Zigbee, centralizando as respostas de todos os produtos e as enviando ao usuário. Ainda é um sistema de pouca difusão e mais indicado para sistemas de segurança mais complexos, como os de um condomínio. Numa casa comum, é usada uma central, para o caso de sensores.

Kit para segurança

Já à venda, o kit conta com um hub, sensor de movimento e sensor de portas e janelas, além de controle remoto. No caso da Positivo, esse kit, chamado Casa Segura já está à disposição, por R$ 499, no site da empresa. O hub é ligado numa tomada, mas tem bateria para 2h, em caso de interrupção da rede elétrica. São dois sensores de portas e janelas e um de movimento. O controle remoto é um extra, já que todo o acionamento pode ser feito pelo celular. No caso da Orvibo, os kits não são para consumidor final do Brasil. Lá fora, um kit com sensor de porta e janela, um sensor de movimento, um minihub e uma câmera sai por US$ 130 (cerca de R$ 500).

Relé wi-fi para interruptores

Esse é o grande aparelho para transformar luzes normais de uma casa em luzes inteligentes. Talvez o mais barato dos produtos para uma casa inteligente (cerca de R$ 36 no Mercado Livre, o modelo da Sonoff), é também o grande barato para as pessoas transformarem suas casas numa casa conectada. O relé é ligado num interruptor comum, como aqueles que se tem no quarto ou na cozinha. No entanto, é preciso de ajuda profissional para fazer isso, caso o usuário não seja íntimo com eletricidade (cuidado!). Uma vez instaldo, o relé faz com que as luzes do interruptor possam ser ligadas ou desligadas por um apilicativo de  celular.

Smart plug

Com esse adaptador, qualquer aparelho elétrico pode ser ligado e desligado por um aplicativo de celular ou por voz. Outro produto para ser, talvez, o primeiro a ser comprado, se a ideia do leitor é entrar no movimento de casa conectada. É só ligar sua cafeteira, por exemplo, numa tomada por meio dele. Você deixará a cafeiteira no modo ligado, mas quem ‘fechará contato’ com a rede elétrica é o adaptador. Com conexão wi fi, ele será interligado na rede da sua casa. Assim, o aplicativo específico - no caso desse aí, o da Positivo (R$ 129), - o detectará. Aí é só acioná-lo pelo celular. É possível programar um horário específico para que o smart hub seja acionado ou, com auxílio do Google Assistant, ligar a cafeiteira apenas pelo comando da voz.

*O jornalista viajou a convite da eletrolar show