Jornalistas são agredidos por militantes da CUT e pró-Lula em SP e DF

Abraji repudiou as agressões aos profissionais de imprensa

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  • Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2018 às 10:39

- Atualizado há um ano

O pedido de prisão para o ex-presidente Lula acirrou os ânimos dos militantes que são a favor dele. Durante duas vigílias que aconteceram na noite desta quinta-feira (5), em São Bernardo do Campo e Brasília, equipes de reportagem foram agredidas.

Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, onde estava o ex-presidente Lula, um grupo de jornalistas teve que sair do térreo após manifestantes acuarem os profissionais de imprensa. O grupo teve que ir para o terceiro andar para fugir dos ataques. Militantes atiraram ovos nos profissionais.

O fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo Nilton Fukuda foi atingido por ovos arremessados por um homem que vestia camiseta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na noite da quinta-feira.

Um carro do jornal Correio Braziliense foi atingido em frente à sede da CUT, na capital federal, por pelo menos 30 manifestantes que avançaram em direção ao veículo em que estavam uma repórter, uma fotógrafa e o motorista. 

Um vidro foi quebrado enquanto os militantes gritavam ofensas ao jornal e à imprensa de modo geral. O caso foi registrado na Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado.

No mesmo local, equipes do SBT e da Reuters foram ameaçadas e cercadas. "Vocês vão sair daqui para o bem de vocês", ouviu um cinegrafista do canal televisivo.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiaram as agressões. A Abraji informou, em nota, que repudia as agressões a jornalistas que ocorreram após a decretação da prisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, pelo juiz Sergio Moro. "A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a democracia. Os autores devem ser identificados e punidos pelas autoridades". 

Confira a nota da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)

"A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiam com veemência as agressões e hostilidades ocorridas desde a noite desta quinta-feira (5) contra jornalistas que trabalham na cobertura dos eventos relacionados à decretação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Toda essa violência injustificável e covarde decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada.

A ABERT, a ANER e a ANJ se solidarizam com os profissionais e as empresas vítimas das agressões e hostilidades e esperam que todos os fatos sejam apurados pelas autoridades responsáveis, com a punição dos agressores, nos termos da lei.

A liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos nas sociedades democráticas, e estão sendo desrespeitados pelo autoritarismo dos agressores. Todos aqueles que prezam a democracia precisam se colocar contra esses lamentáveis episódios e se mobilizar para que não voltem a ocorrer. Sem jornalismo, não há democracia.

Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão Associação Nacional de Editores de Revistas Associação Nacional de Jornais"