Jovem armado invade escola e mata aluna cadeirante em Barreiras

Atirador, que levava uma bomba caseira, foi baleado ao tentar fugir

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  • Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 08:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Uma estudante cadeirante foi morta dentro da escola em Barreiras, no oeste baiano, na manhã desta segunda-feira (26), depois que um atirador invadiu a Escola Municipal Eurides Sant'anna. A aluna foi identificada como Geane da Silva de Brito, 19 anos. O atirador também foi baleado depois que a Polícia Militar foi chamada. O agressor, que levava uma aparente bomba caseira e um facão, além do revólver, foi socorrido com vida. 

"Quando cheguei só deu pra ver o suspeito todo encapuzado. Consegui, pelo instituto humano, apenas correr. Vi que ele efetuou vários disparos. Ele atingiu uma cadeirante. A gente está aqui agora tentando tirar os alunos, pela segurança", afirmou a coordenadora pedagógica Mônica Patrícia à TV Bahia. "Estou extremamente estarrecida com essa situação". 

A podóloga, Josy Oliveira, 43, vive perto da escola onde aconteceu o crime e diz que entrou em desespero quando soube do episódio. A filha de Josy, Brenda, passava pelo fundo da escola no momento em que os tiros foram disparados. Brenda estuda em outro colégio da região, por conta da idade. 

“Eu sempre vou levar [ela para escola] mas hoje deixei ir só. [Quando soube] liguei para professora mas não atendeu, peguei o carro e sai correndo. A rua estava muito movimentada, carro indo e vindo e alunos e moradores em desespero. Quando cheguei na escola e a vi, já deu alívio”, recorda. 

Josy planejava transferir Brenda para a Escola Municipal Eurides Sant'anna, no entanto, após o que aconteceu, está reconsiderando o local de estudo devido à falta de segurança.

O atirador chegou por volta das 7h20, todo de preto. "O menino estava todo de preto, entrou na escola e deu um tiro aqui na porta. Quando chegou lá dentro deu outro tiro. Os meninos correram tudo pra quadra", contou um estudante. "Mandaram sair todo mundo pelo fundo".  A Polícia Militar foi acionada e chegou em poucos minutos.

As equipes da 84ª Companhia Independente (CIPM) e da Companhia Independente de Policiamento Tático/ Rondesp Oeste foram até o local, mas já encontraram a cadeirante sem vida, segundo a PM. Ela foi baleada e também recebeu golpes de facão.

O atirador, que entrou na escola pulando o muro, foi baleado durante a fuga por uma pessoa ainda não identificada, segundo a PM.

O assessor Aparecido Freitas disse que a estudante foi alvo de tiros e de um ataque a faca. "Um elemento não identificado, trajando preto, usando óculos escuro, impossível identificá-lo, ele entrou armado peitando todo mundo", disse. Ele afirmou ainda que a suspeita é que a estudante era o alvo do agressor.

O atirador foi atendido no local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para para o Hospital Geral do Oeste. Não há detalhes sobre o estado de saúde dele.

Com o suspeito, foram achados um revólver calibre 38, duas armas brancas e aparentemente uma bomba caseira. O material apreendido foi apresentado na 11ª Coordenadoria Regional do Interior (Coorpin). A Polícia Civil diz que que o atirador está sob custódia policial na unidade de saúde.

Em nota, a prefeitura de Barreiras lamentou a "tragédia inimaginável" que aconteceu na escola, que tem gestão compartilhada com a Polícia Militar. Segundo a Secretaria de Educação da cidade, o agressor era um "indivíduo estranho à comunidade escolar" e chegou pulando o muro e indo na direção da cadeirante. 

"A Secretaria de Educação com todo seu corpo técnico e a Polícia Militar acompanham o caso promovendo todo apoio e assistência aos estudantes e seus familiares com toda a responsabilidade que a situação requer, diante de tão inesperada tragédia.  Em tempo, solidarizam-se com a família da aluna vitimada, expressando os mais profundos sentimentos neste momento de profunda dor e consternação", diz a nota. A PM comunicou que, em relação aos questionamentos referentes à segurança da escola municipal, a unidade apenas adota o sistema de ensino da PM e a corporação dá o suporte disciplinar. A reportagem do CORREIO solicitou à Polícia Civil informações sobre perfil da vítima fatal, quantidade de disparos e autoria, porém, não recebeu retorno até o fechamento da matéria. *Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro